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"You have to be very wary of people who present themselves as your supporters and then try to either become leading critical 'gatekeepers' that only point out to petty wrongdoings by the government and hide the (much more important and revealing) rest, and people that lead you into traps, false solutions, or try to make you adopt counter-productive or time-wasting ineffective forms of struggle."
--- Eu próprio, há 10 anos (no fórum do sítio PrisonPlanet.com)
"A melhor maneira de controlarmos a oposição é sermos nós próprios a liderá-la."
--- Vladimir Lenine
(O anterior vídeo é sobre este fenómeno a ocorrer na suposta Direita estadunidense. E, se quiserem observar o mesmo a ocorrer na suposta Esquerda do mesmo país, têm por exemplo <este> muito interessante facto.)
Há já muito tempo que o sítio do "Centro de Pesquisa sobre Globalização" (GlobalResearch.ca) me vem, infelizmente, a despertar cada vez menos interesse... Pois, desde a sua criação, no início da década passada - quando constituía este sítio uma muito boa fonte de análise de informação na Internet (veja-se a excelente investigação que o seu fundador e director, Michel Chossudovsky, fez sobre a verdadeira natureza da al-Qaeda, por exemplo) - que tenho visto novo autor atrás de novo autor desconhecido juntar-se ao mesmo, que com nada de verdadeiramente útil contribui para tal Centro de Pesquisa - tornando tal sítio numa estranha amálgama de pouca informação de interesse, no meio de informação que nada realmente adianta relativamente ao que já se sabe (onde, por vezes, tentam alguns até dar explicações alternativas a boas denúncias que já foram feitas). E, olhando para o que escreve um dos (principais) primeiros novos contribuintes que vi surgir neste Centro de Pesquisa - nos quais penso quando faço este tipo de crítica - chamado James Petras, por exemplo, o que eu vejo é um outro Howard Zinn.
Mas, se apesar de tudo ainda vou por vezes espreitando tal sítio, já com muito poucas esperanças de encontrar nele algo de útil, eis que fui hoje muito surpreendido, pela negativa, com uma grande evolução no mesmo... A presença agora de artigos de "análise" de Boaventura Sousa Santos.
Boaventura Sousa Santos - nunca me irei esquecer - era quem - enquanto andávamos eu e outras pessoas nas ditas manifestações "antiglobalização" no início da década passada - escrevia no jornal Diário de Notícias (se não me engano) as mais inócuas críticas possíveis (1) à incrível perda de soberania e controlo nacionais, relativamente às vontades das cada vez mais poderosas companhias multinacionais, que começavam a sobrepor os seus interesses aos dos países onde se estabeleciam, e (2) aos incríveis esquemas montados pelos FMI e Banco Mundial, através dos quais conseguia o Ocidente pilhar (e obter o controlo de) os países em vias de desenvolvimento.
E, depois de ter eu aprendido o que aprendi sobre o controlo que existe da informação nos média de massas, outra coisa não seria também de esperar, da parte de alguém a quem este média davam atenção (ou caso contrário, não seriam as suas "análises" publicadas em tal imprensa)...
Mas, se tem alguém ainda alguma dúvida de que esta figura não é (obviamente) mais do que outro exemplo da aplicação da fórmula de "oposição controlada" em Portugal, apenas tem de olhar para uma conhecida suposta alternativa por esta mesma pessoa criada, a nível internacional, ao fenómeno da globalização capitalista... O dito "Fórum Social Mundial".
Já alguma vez ouviram de algo de jeito que tenha saído de tal fórum? Claro que não. E, o objectivo é obviamente mesmo esse... Servir de fórum de discussão inútil, que apenas serve para desviar a atenção e o tempo, da parte de quem queira mudar as coisas, de outras possíveis alternativas reais e efectivas - como é, por exemplo, o caso da aliança BRICS, que entretando surgiu.
E, por que razão digo eu que é obviamente este o propósito de tal fórum?
Ora, porque (para além de ser esta uma manobra de diversão muito usada pelo poder estabelecido) no caso deste Fórum Social Mundial, não se deram as elites ao trabalho de esconder sequer os seus cordelinhos. E, basta ver quem é que <financia> as edições de tal fórum, para facilmente concluir que interesses é que (ultima e verdadeiramente) serve o mesmo.
Ora, se é este Fórum claramente uma criação de tais interesses elitistas (que permitem que tais reuniões ocorram, através do seu financiamento) o que é que acham vocês que serão os indivíduos que visivelmente fundaram o mesmo?
Pois bem, o conhecido Boaventura Sousa Santos (que é por vezes também convidado para os péssimos debates controlados da RTP, por exemplo) foi um dos fundadores deste Fórum! (Basta que espreitem a sua página na Wikipedia, ou leiam a nota no final deste artigo, para constatar tal facto.) E, juntando isto às críticas ligeiras que este faz ao fenómeno da globalização capitalista, penso que é óbvio - para toda a gente bem informada e inteligente - perante o que é que estamos...
"O Fórum Social Mundial são as elites de esquerda a tentar obter o controlo do movimento antiglobalização." - disse eu uma vez, numa cidade estrangeira, perante um pequeno grupo de activistas que pareciam ser maioritariamente anarquistas, numa pausa entre as manifestações contra o Fórum Económico Mundial (do qual tirou esta "alternativa" o seu nome).
"Ninguém o disse melhor [que tu]!" - respondeu-me um desses activistas, perante quem eu tinha feito tal observação.
(Por "elites de esquerda" estava eu a referir-me ao tipo de líderes de (suposta) esquerda que notoriamente o são em busca de poder e controlo sobre os outros - e não os que querem realmente mudar as coisas. Pois, a criação de tal Fórum alternativo era clara e notoriamente o que dizia eu que era. E não uma criação independente oriunda de tal movimento que tinha surgido.)
Mas, deixemo-nos de críticas a uma organização que merece apenas ser ignorada...
Se querem saber do que estou eu a falar, quando digo que Boaventura Sousa Santos (o autor que, enquanto decorriam as manifestações chamadas de "antiglobalização", era indicado pela imprensa controlada como a pessoa que devia ser lida, para saberem todos por que razão ocorriam tais estranhas manifestações) apenas faz denúncias e críticas ligeiras das actividades do FMI, Banco Mundial e afins, comparem o que escreve este autor com o que é, por exemplo, denunciado pelo jornalista de investigação Greg Palast <nesta> e <nesta> entrevistas.
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Nota final: E, observem que tipo de pessoas é que são convidadas para este Fórum Social Mundial: Noam Chomsky, Ignacio Ramonet... A nata da falsa e reformista esquerda ocidental. Chossudovsky (descobri quando estava a acabar de escrever esta colocação) está também consciente das fontes de financiamento deste Fórum... Ficando nós sem saber, então, por que razão decide ele dar lugar aos escritos de Sousa Santos no sítio na Internet do primeiro.
(A quem tiver isto passado ao lado - e, não é que tal seja importante para mim, vindo de alguém com quem sempre aprendi muito pouco - deixo aqui esta curiosa nota, sobre as próximas eleições presidenciais estadunidenses.)
Em declarações no início deste ano à estação de televisão pseudo-alternativa Al Jazeera, o não declarado líder intelectual de muitos activistas e supostos anarquistas, Noam Chomsky, disse que votaria em Hillary Clinton, se estivesse em situação de poder ajudá-la a ser eleita. E, podem ler os excertos que interessam dessa entrevista, <aqui> (num artigo onde também é denunciado que Chomsky apoiou monetariamente o pré-candidato democrata Bernie Sanders).
Hillary Clinton! A Secretária de Estado co-responsável por várias guerras de agressão, que gozou com a tortura e morte de Qaddafi e que irá prosseguir com o cerco militar da Rússia, fazendo o mundo continuar no caminho para uma Terceira Guerra Mundial.
Chomsky não só disse isto, como nessa mesma entrevista chamou a todos os pré-candidatos republicanos "negacionistas das alterações climáticas" - assumindo-se (com tal declaração e com alguns artigos seus recentes - [1] [2]) como um defensor da já mais que provada mentira do "aquecimento global provocado pelas actividades humanas".
Juntem a isto (1) o facto deste filósofo dizer que não é importante saber quem assassinou John F. Kennedy ou quem realmente cometeu os atentados de 11 de Setembro - [1] [2] - (e até mesmo que existem "imensas provas" de que a Administração Bush "não esteve envolvida" nos últimos) e (2) o facto de ser este conhecido autor um professor no sistema de estupidificação (leia-se escolarização) oficial - e de dar o mesmo até palestras sobre "política educativa" a outros professores, sobre como deverão os últimos prosseguir com o seu trabalho de estupidificação e domesticação - e, só mesmo quem tiver sido quase completamente estupidificado por este sistema é que não conseguirá ver que este conhecido intelectual não pode ser nenhum "anti-sistema" ou anarquista.
(Apenas uma nota de interesse, que pensei que deveria fazer, antes daquelas que poderão ser as mais importantes eleições de sempre, se - tal como muitos prevêem - vierem a ser as últimas eleições presidenciais estadunidenses de sempre.)
Uma imagem que guardei, de um sítio que não está mais acessível na Internet (mas, cujas cópias estão arquivadas no Archive.org) que denuncia as fontes de financiamento de muita da suposta imprensa "alternativa" de esquerda estadunidense.
(Podem clicar na imagem, para a ver em tamanho maior.)
Uma denúncia que, na altura em que descobri tal informação, há 12 anos, me fez finalmente perceber por que razão lia eu, em tal imprensa, muito estranhos artigos que diziam que os ataques de 11 de Setembro nunca poderiam ter sido obra do próprio governo norte-americano.
Mas, uma denúncia que, ainda assim (hoje me apercebo) apenas "arranha a superfície", relativamente ao que se passa nestes órgãos de imprensa. Pois, o que desde então também me apercebi de, foi que muitos dos supostos jornalistas que trabalham em tais órgãos - incluindo, obviamente, os que fundam os mesmos - são também eles quem - voluntaria, propositada e conscientemente - controla a informação, por fazerem parte de grupos (e estarem a obedecer a objectivos) ocultos.
Como acrescento, podem ouvir aqui, se quiserem, uma muito interessante declaração pública que alguém que trabalhava para uma rádio pertencente a esta rede fez, quando se apercebeu de parte do controlo de informação que ocorria, relativo à Verdade sobre o 11 de Setembro.
Eu já suspeitava disto, por causa de outras coisas que tinha lido dele. Mas tive, há poucas semanas, a agradável confirmação do facto...
Coincidentemente (ou não) este é, logo a seguir ao conhecido director Michel Chossudovsky, simplesmente o melhor autor que conheço que costuma publicar coisas no Centro para a Pesquisa sobre Globalização.
Realmente, o "rapaz" (que era o que ele ainda era na altura em que comecei a ler os textos dele) já me tinha chamado muito a atenção, quer pela qualidade, quer pela profundidade - evidenciadora de um grande trabalho de pesquisa - dos seus textos, reveladoras de um intelecto bem acima da média. E, acima de tudo, também pela excelente escolha de (muito importantes) tópicos que ele decidia focar.
E foi com agradável surpresa que, há uns tempos, comecei a ver referências muito favoráveis ao Anarquismo e ao Socialismo, da parte deste autor.
Mas, se já com isto tinha ficado agradado, ainda mais fiquei, quando o vi, há algumas semanas, na seguinte entrevista (correspondendo a parte que me agradou aos dois últimos terços da mesma, após o segundo intervalo).
Mas só uma observação, sobre algo que é dito na entrevista para a qual chamo a atenção...
O conhecido intelectual norte-americano, Noam Chomsky, é um falso anarquista - tal como terão constatado, se já tiverem lido o livro do Daniel Estulin sobre o Clube Bilderberg. (E não é o único intelectual, no seu país, a fingir que o é...)
O Estulin fala no seu papel como agente provocador, do qual me lembro de ver um pouco, há uns anos - e tal como é o caso de um outro intelectual - em textos seus a desculpabilizar certos actos de destruição de propriedade, que são cometidos por pessoas ideologicamente comprometidas com certas vertentes ecologistas anarquistas. Mas, mais importante, na minha opinião: do pouco que conheço dele, o que já pude também claramente observar é a sua tentativa de colagem da vertente socialista do Anarquismo a alguns dos restantes ideais socialistas autoritários, dando a entender que são próximos, o suficiente, para poderem ser "colocados no mesmo saco" e para que possa haver um apoio mútuo entre estas duas diferentes posições políticas. (A fazer lembrar a "proximidade" que queriam criar, em Portugal - há uns anos, numa campanha legislativa - entre o Bloco de Esquerda e supostos anarquistas que diziam que iam votar neste bloco partidário...)
Pois, se há já muito tempo que observei que há quem queira puxar os anarquistas para o lado do niilismo, já observei também que há quem, por outro lado, os queira puxar para o lado do "socialismo" de Estado (na verdade, controlado por interesses capitalistas), tentando convencer libertários: a enveredar pelo apoio formal a - e mesmo participação em - partidos políticos; ou a que formem grupos conjuntos com autoritários, que se dizem de "esquerda", que não têm como objectivo a abolição do Estado.