Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


O meu parecer relativo à polémica sobre equipamentos da Huawei

31.03.19

huawei_reuters.jpg

[Dois comentários que deixei a esta notícia. Aos quais acrescento já que, sobre a questão da possível espionagem, é minha crença que as "portas dos fundos" existentes neste tipo de equipamentos (sejam elas a nível de hardware ou de software) serão partilhadas entre os vários governos em causa...]

 

«Estarão estes estudos a tentar descredibilizar propositadamente a Huawei?»

Muito provavelmente...

Já repararam até na coincidência de que tudo isto surge logo depois de que a Huawei destronou a estadunidense e ocidental Apple do lugar de segunda maior vendedora mundial de telemóveis?

Querem-nos fazer crer que a concorrência também não terá tantos ou mais problemas quanto os que foram identificados?

A Huawei, pela sua superior qualidade dos equipamentos (e também melhor relação qualidade-preço) sempre esteve destinada a chegar ao topo. E, disto me apercebi eu logo quando, por meros acaso e coincidência, o meu primeiro smartphone foi exactamente um Huawei, que muito me impressionou pela sua qualidade.

(Reparem em como quase metade dos telemóveis, e outros equipamentos, que são lançados pela estadunidense Apple, têm sempre problemas. Ou, comparem um ecrã IPS do último modelo “iPad mini” da Apple com um ecrã IPS dos primeiros modelos de smartphones da Huawei – e vejam quais é que, depois de todos estes anos, ainda continuam a ter uma qualidade superior.)

Os governos ocidentais têm acordos secretos com as companhias de telecomunicações, que obrigam estas companhias a cumprir certos requisitos para poderem vender nos países de tais governos. Por exemplo, nos telefones analógicos antigos, era obrigatório deixar dentro dos mesmos espaço suficiente para a colocação de aparelhos de escuta, caso fosse necessário. Ora, acham que se representassem estes equipamentos de telecomunicações de multinacionais estrangeiras algum perigo para a segurança dos países em causa, os governos de tais países alguma vez teriam deixado tais marcas venderem equipamentos no seu território? E que, a detectarem realmente tais governos qualquer problema sério, não poderiam obrigar as marcas em causa a resolvê-lo – e que tais marcas não o fariam prontamente, para não perderem o tão grande mercado em causa?

Ora, na falta de uma real razão para poderem correr com as *concorrentes* chinesas Huawei e ZTE, que lhes têm vindo a conquistar uma grande fatia do mercado, têm então os grandes interesses económicos ocidentais, que controlam os nossos governos e média de massas: (1) ou de se ficar pelo mero lançamento de suspeitas; (2) ou, no caso dos EUA, ir até mais longe, sem nunca poderem então apresentar provas das suas alegações...

 

*

 

Ainda, sobre o que dizia eu de que “os governos ocidentais têm acordos secretos com as companhias de telecomunicações, que obrigam estas companhias a cumprir certos requisitos para poderem vender nos países de tais governos”,

Se alguém duvida do que eu digo, tem no seguinte pequeno trecho de vídeo uma prova disto mesmo: https://cld.pt/dl/download/a0c3f4c1-09d1-4308-ad08-d2702c7304ec/la_huida.mp4

(Obviamente que, as “portas dos fundos” e afins, que venham nos equipamentos de telecomunicações, serão partilhadas com os governos dos países onde tais equipamentos são vendidos...)

 

[Acrescentado, algumas horas depois: E, tendo alguém feito um comentário a tal notícia, ao qual eu entretanto também respondi, aqui fica mais algo que gostaria de acrescentar...]

 

«...existência de backdoors nos produtos da Huawei. A confirmar-se, é grave.»

*Todos* os smartphones vêm com “portas dos fundos” incluídas.

(Não faria sentido algum aos governos dos vários países, que é sabido quererem espiar os seus cidadãos, permitir a venda de equipamentos que garantissem uma real privacidade dos seus utilizadores.)

Apple, Samsung, Xiaomi, Google... Todas vendem (também) equipamentos, ou sistemas operativos, com “portas dos fundos” incluídas: https://www.gnu.org/proprietary/proprietary-back-doors.en.html

(“Divirtam-se” a consultar a extensa e elucidativa lista, para a qual aponta a última hiperligação...)

Autoria e outros dados (tags, etc)

Assim se chega ao topo e se vence no mercado internacional

15.03.19

huawei_patente.jpg

 

Um comentário que deixei há pouco, sobre a queixa, por parte dum inventor português, de que a Huawei supostamente (pois, está ainda por averiguar o quão genérico terá sido o uso de tal ideia) roubou dele uma patente relativa a um acessório para smartphones.

 

«Um caso que em nada engrandece a imagem pública da 2ª maior fabricante mundial de smartphones.»

(E, sabem lá vocês o que estas multinacionais – chinesas e não só – mais fazem, que não é do conhecimento público... Em que condições é que pensam vocês que são obtidas, em África, as matérias-primas necessárias ao fabrico dos vossos telemóveis?)

Numa sociedade capitalista, de competição entre vários grupos, a maneira de se chegar ao topo é não ter tantos “valores” como a concorrência... Pois, o quão mais baixo se estiver disposto a ir (i.e. quanto mais golpes baixos, ou truques sujos, se estiver disposto a recorrer a) mais “cartas do baralho” ou “trunfos” se possui na mão – e, consequentemente, muito maiores são as hipóteses de ganhar o jogo.

Não foi, por exemplo, o vice-presidente da Samsung recentemente preso?

Quanto ao que a Huawei especificamente fez com este inventor português,

Foi o mesmo “truque” que a Xiaomi usou com o líder da Meizu (https://www.techinasia.com/xiaomi-vs-meizu). Fingir-se de interessada em colaborar com outra pessoa, para saber o maior número de pormenores possível sobre o que criou e faz tal pessoa, e depois usar tal informação para benefício próprio.

 

[Acrescentado, no dia seguinte: E, já agora, deixo aqui mais um outro comentário sobre o mesmo assunto - que deixei na mesma publicação no dia seguinte - este, a propósito da notícia de que a Huawei está agora a ponderar instaurar um contraprocesso contra tal inventor português.]

 

Se tiver a Huawei apenas usado a ideia genérica do inventor português, vai o último certamente perder o caso dele em Tribunal...

E, eu não estou a ver a Huawei a arriscar uma enorme perda económica, e também a sua grande imagem pública, só por causa de um (único) acessório para smartphones – isto é, muito provavelmente, uma tão grande empresa como a Huawei tomou as necessárias precauções para não vir a ser (bem-sucedidamente) processada.

Esta é uma prática comum que é feita desde, pelo menos, o início do século passado – e cujo um membro da família Ford até ensinou uma vez a um dos dois grupos de inventores que concorriam para fabricar os primeiros aviões.

Estuda-se o que a concorrência já fez, de modo a perceber a lógica de como funcionam os seus mecanismos, e depois aplica-se o mesmo princípio, mas com um mecanismo alterado apenas o suficiente de modo a poder ser considerado diferente do mecanismo original. E, deste modo, por ser um mecanismo diferente que apenas desempenha a mesma função genérica, não se pode ser processado por roubo de patentes.

É a mesma história de que com a Pepsi-Cola e a Coca-Cola, por exemplo...

Um dos mais velhos truques capitalistas, que este ingénuo inventor português, aparentemente, desconhece.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Os smartphones como uma fonte de infelicidade

09.02.19

xiaomi.png

Tendo eu andado recentemente a navegar por entre um conhecido sítio na Internet que vende smartphones mais baratos por virem estes directamente da China, deparei-me uma vez mais com a fotografia, que coloco à direita deste texto, de promoção de um modelo da marca Xiaomi - sendo que, não é a primeira vez que vejo um grande fabricante chinês usar o conhecido símbolo de controlo mental (já vi também o mesmo ser usado pela mais conhecida Huawei) na publicidade aos seus equipamentos.
Ora, sabendo-se que (1) o poder estabelecido (e fascista) chinês tem ligações ao Império Britânico, criador do Instituto Tavistock, e (2) que o uso de smartphones - especificamente no que toca ao uso de redes sociais e outras formas de comunicação electrónica e indirecta, que têm vindo a substituir as relações pessoais e ao vivo - tem sido repetidamente reportado como psicologicamente não saudável, fazendo as pessoas infelizes...
Não é óbvio o significado desta fotografia?

Autoria e outros dados (tags, etc)

Poderá Richard Stallman ser um novo Karl Marx?

03.01.19

stallman.png

Esta é uma dúvida, mesmo muito pertinente, que em mim surgiu, depois de ter eu constatado que a fórmula de falsos movimentos sociais (que visam controlar os insatisfeitos ou levar as pessoas a lutar por objectivos que acabam por favorecer o próprio sistema) também se aplica ao domínio ou mundo digital - tal como vejo ocorrer no meu próprio país...
Sendo, no entanto, uma dúvida que não deixa de ser tal, por muito que reflicta eu sobre o assunto em causa - pois, apesar do que a seguir exponho, o Software Livre é (independentemente de quaisquer possíveis dúvidas sobre a sua origem) um movimento que (em muito) deve ser apoiado e deve crescer, se é software que queremos continuar a utilizar, como muito boa criação da Humanidade que foi (independentemente dos seus presentes usos nefastos).
E, o que me faz ter tal dúvida (que exponho no título desta colocação) é, para além do que considero ser um comportamento típico de um "lavado ao cérebro" (de tentar, de qualquer modo, arranjar maus argumentos que contrariem algo que atenta contra o que em que se acredita, em vez de simplesmente julgar novos factos com que se depara de modo racional e despreconceituoso, deixando possíveis novas conclusões que daí advenham irem dar aonde forem dar - vulgo "pensamento livre", que deveria ser a norma em qualquer ser humano que se preze) muito pouco condicente com alguém que é muito inteligente e que muito lida com lógica, com que me deparei de cada vez que escrevi a Stallman a avisá-lo de factos políticos que invalidam algumas das crenças expostas no seu sítio pessoal na Internet, o seguinte...

 

  1. Richard Stallman é originário do MIT - uma instituição privada e elitista, que faz claramente parte do poder estabelecido, no que toca a moldar e a controlar quem nela ingressa e, acima de tudo, uma instituição que é de onde muito do desenvolvimento informático e tecnológico (que depois é usado para servir interesses do sistema) é originário de. Isto é, uma instituição que serve para a pesquisa e o desenvolvimento de projectos tecnológicos do próprio poder estabelecido - tendo Richard Stallman chegado longe dentro desta instituição (onde, certamente, por norma - mas, não exclusivamente - é a quem estiver feito com certos interesses que tal é mais permitido ocorrer) e feito parte de um destes projectos (de criação de Inteligência Artificial, em termos genéricos, que é hoje usada, em termos muito específicos, com propósitos de vigilância).
  2. A Free Software Foundation - e, acima de tudo, o (inadvertido) subproduto pelo movimento do Software Livre criado, a Linux Foundation - é financiada por várias grandes corporações - e, no caso da Linux Foundation, a última é até financiada por multinacionais (Microsoft incluída!) claramente pertencentes a este mesmo poder estabelecido ocidental e não só (as quais depois combinam os resultados deste movimento do Software Livre com software proprietário - algum do qual é também notoriamente usado com propósitos de vigilância, como é o caso do conhecido sistema operativo Android) - sendo que o uso de Software Livre é até promovido por algumas destas multinacionais.
  3. Richard Stallman já foi até convidado para participar na Web Summit (uma cimeira claramente organizada pelo próprio poder estabelecido).
  4. Richard Stallman é apoiante do Partido Democrata e do Partido Verde, nos EUA - tudo instituições imensamente controladas (ou até criadas) por interesses nefastos (e até com finalidades ocultas, no caso do Partido Verde) - sendo, com isto, um apoiante de causas antiprogressistas (ainda que travestidas de rótulos contrários) tal como pode ser constatado no seu sítio pessoal na Internet.
  5. Richard Stallman tem uma nota no final da página inicial do seu sítio na Internet relativa a uma fotografia onde aparece a "tocar música para a borboleta" (um animal genericamente usado como símbolo de controlo mental).
  6. Richard Stallman (e este é que é o aspecto que considero verdadeiramente suspeito em - e que me deixa "de perna atrás" com - o mesmo) é um "anti-religioso militante". Isto é, mais do que ser meramente ateu[?], faz uma discreta campanha contra o Cristianismo, no seu país e não só (ver a fotografia que acompanha esta colocação). E, porquê a necessidade de atacar as crenças pessoais dos outros, no decorrer da sua actividade pública? Se é até o Cristianismo a razão pela qual o Ocidente é muito mais civilizado do que o restante Mundo? Para além de que a Religião nada tem a ver com a sua missão de espalhar a ideologia do Software Livre?
  7. Elaborando mais sobre o ponto 2 desta lista... O interesse que poderia ter o próprio sistema no desenvolvimento do Software Livre está até à vista de todos, na quantidade de equipamentos e respectivos firmwares que compramos, hoje em dia - nos quais vem assinalada, na documentação que os acompanha, a presença de componentes de licença "GNU GPL". Ou seja, o Software Livre tem sido um óptimo acrescento que o próprio sistema tem usado, no desenvolvimento dos seus próprios programas de código-fonte fechado. E, se tão útil é este Software Livre para (e tão grande interesse tem notoriamente) o próprio sistema (em utilizar tais produtos)... Não é de suspeitar que tivesse o próprio poder estabelecido tido todo o interesse em criar mais este grande movimento do Software Livre (entre tantos outros que já criou)?

 

Como digo, esta é apenas uma dúvida, ou possível suspeita, que tenho (e que continua a não deixar de o ser) - mas, que achei que era de interesse partilhar com os demais...
Quem não entenda a referência que faço a Karl Marx, pode perceber a mesma lendo <esta> minha anterior colocação.
E, atenção que, mesmo que tal suspeita minha possa corresponder à verdade... Da mesma maneira que o facto de Karl Marx ou Mikhail Bakunin terem inventado duas formas de Socialismo não invalida o Socialismo, em si, nada disto invalida o movimento do Software Livre, em si - que, como disse e repito, é um movimento que muito deve ser cultivado entre quem produz e entre quem usa software, pelas razões que tanto são referidas pelos seus adeptos.

[Acrescentado a 09/01/2019: Tal como denuncio nos comentários posteriores que fiz a esta colocação, o facto de ter eu entretanto constatado que Richard Stallman afinal só saiu efectivamente do MIT em 1998, tendo continuado até ao referido ano a trabalhar para o seu laboratório de Inteligência Artificial, financiado pela DARPA, acabou por promover uma mera possibilidade que levantava eu nesta colocação a uma agora forte suspeita que tenho, quanto aos reais propósitos do movimento informático por esta conhecida figura criado...]

Autoria e outros dados (tags, etc)