Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Entrevista traduzida a um militar português sobre a "Aginter Press"

10.07.19

aginter.png

 

Enunciando melhor o que tentava eu dizer numa colocação própria que fiz sobre o assunto, quando falava da quase confirmação de quem esteve realmente por trás da morte de Amílcar Cabral, temos o seguinte excerto...

 

«At the time, a principal concern in western strategic thinking was the need to counter nascent national liberation movements in Africa and Asia in such a way that while it might not be possible to prevent the emergence into sovereign statehood of the old colonies and dependencies it should be possible to keep them within the western “sphere of influence” by securing the eclipse or demise of the more virulently nationalist or socialist leaders and their replacement by “friends of the west,”»

 

...da introdução a uma entrevista, traduzida do italiano para a lingua franca dos tempos modernos, que pode ser lida na seguinte hiperligação.

 

Aginter Press and the Strategy of Tension

 

Também, (e, já agora, visto que a anterior hiperligação é de um sítio anarquista) quem quiser saber mais sobre o que é talvez o principal tema secundário sobre o qual interroga o entrevistador, de como foi (e, diga-se de passagem, ainda é) usada a conhecida "Estratégia da Tensão" em Itália para demonizar esquerdistas e anarquistas, tem o seguinte bom artigo sobre o assunto, escrito pela melhor fonte pública de todas, quando toca à temática de serviços secretos e de outras façanhas sujas de pessoas que, no Ocidente, fazem quase tudo de modo escondido.

 

Strategy of Tension: The Case of Italy

Autoria e outros dados (tags, etc)

colocado por Fernando Negro às 00:05

Amílcar Cabral: morto pela Nova Ordem Mundial

10.10.14

Quem souber um pouco da história da agora dita Guerra Colonial e também um pouco sobre os líderes independentistas que combatiam as tropas portuguesas, certamente já se deparou com um nome, que se destaca de entre os outros - pela sua grande consciência política e verdadeira vontade de mudar para melhor e desenvolver o seu país.
Sendo, aliás, este um nome que também se destaca de entre todos os líderes guerrilheiros, das várias guerras por independência que ocorreram em África.
O nome de que falo, é Amílcar Cabral. E, era este quem liderava as tropas do PAIGC, na Guiné-Bissau, num cenário de guerra que constituía a única colónia portuguesa em que a guerra estava a ser, claramente, perdida pelo lado português.
Quem conheça um pouco da sua história e já o tenha ouvido falar, nalguma das entrevistas que ficaram para a História, poderá notar que este era um líder particularmente culto e inteligente, idealista e que muito lutava pelo em que acreditava. Sendo, até, muito triste observar a diferença entre o que este pretendia para o seu país natal e o que nesse mesmo país se tornou, após todos estes anos de independência.
Ora, quem se tenha também já informado, o suficiente, sobre o projecto da "Nova Ordem Mundial" - que denuncio eu, repetidamente, neste blogue - e tiver, por exemplo, escutado a palestra paralela à qual chamei eu a atenção para, na minha colocação anterior, saberá já que o que é pretendido para todo o continente africano (e não só) é manter tal continente numa situação de extremo subdesenvolvimento e como um mero agregado de vários territórios fornecedores de importantes matérias-primas para o Ocidente.
Ora, vendo o quão promissor era um líder político destes e tendo consciência do quão contrários eram os seus objectivos de desenvolvimento aos planos da "Nova Ordem Mundial", torna-se óbvio que era este um líder que não queriam as elites ocidentais que alguma vez chegasse a governar o seu país, certo?
E, observando também a quantidade de (presentes e possíveis futuros) líderes políticos que são simplesmente eliminados, por terem objectivos contrários aos das elites ocidentais...
Temos também a consciência de que, mais do que ser uma grande dor de cabeça, na altura, para as tropas portuguesas, iria este líder ser um grande entrave a quem queria (e ainda quer) dominar toda a África, a longo prazo - e ficamos também com a certeza de que iria este líder ser uma muito "má" influência para todos os outros líderes africanos (como, aliás, já estava a ser) caso continuasse este com as suas actividades políticas, certo?
Pois bem...
Tendo eu possivelmente "juntando os pontos", neste caso, e tendo procurado por uma confirmação da minha forte suspeita... Não demorei muito até encontrar os factos que constituíram uma quase confirmação desta, nos arquivos da melhor fonte sobre assuntos políticos que conheço...
E, podem ler <aqui> o que eu encontrei, numa referência, não só a Amílcar Cabral, como a um dos líderes da FRELIMO, a propósito das operações de uma organização conhecida como "Aginter Press".
Mais...
Procurando, na Internet, por mais alguma coisa que consubstanciasse esta possível relação, encontrei <este> texto, de um conhecido historiador, que implica (e com certeza) tal organização na morte do muito conhecido líder africano.
Ora, sabendo o que sei (e, depois de ter lido o que li) apenas posso tirar uma conclusão...

A ser verdade o que foi dito por vários jornalistas portugueses, que implicaram a mencionada organização de fachada da CIA/OTAN na sua morte, Amílcar Cabral terá sido (tal como qualquer pessoa bem informada sobre estes assuntos poderá facilmente concluir) mais do que morto pela PIDE portuguesa, um de muitos líderes políticos idealistas e progressistas que foram obviamente mortos por (ou, neste caso, com a ajuda de) o Movimento Sinarquista (/Império Britânico) por quererem realmente desenvolver os seus países e exercer uma real independência dos mesmos.

Para que fiquem todos a saber um pouco mais do que falo, quando digo que era este um líder particularmente culto, inteligente e promissor, deixo-vos com uma das entrevistas, que mencionei, onde se pode ver manifestada um pouco da sua personalidade.

Autoria e outros dados (tags, etc)

colocado por Fernando Negro às 12:29