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A RT no seu pior

26.12.14

Um miniconcerto de péssima música rock, com profanidades à mistura, intercalado por uma entrevista aos membros da banda em causa, na qual se tenta defender tais estilo de música criado pelo Instituto Tavistock e linguagem de baixo nível como algo de "progressista"...



Foi a segunda parte de uma recente edição do programa "Breaking the Set", com que me deparei, por acaso. Sendo que, o que vi, na altura, foi ainda "melhor" do que isto. Pois, ao mesmo tempo que o programa era emitido, era exibido no canto inferior direito um rectângulo que transmitia uma cobertura em directo das manifestações "Black Lives Matter", nos EUA.
(Manifestações estas, para mim, claramente organizadas pelo próprio poder estabelecido, para desviar a atenção da violência e estado policiais em si e tentar ridiculamente criar divisões raciais no país - sem que tenha havido indícios, nos casos reportados, de que o racismo é sequer um problema - ao mesmo tempo que, mais uma vez, se apontam as pessoas para formas de "luta" que não levam a lado nenhum e, através da violência instigada em tais protestos, se criam pretextos para um ainda maior estado policial.)
É este o tipo de coisas de que falo, quando digo nas entrelinhas que Abby Martin é, para mim, claramente o que se chama uma "gatekeeper" - que está constantemente a desviar a atenção dos contestatários à actual situação para as menos danosas críticas que se podem fazer e para os menos danosos críticos que existem.
(Um exemplo: ó para ela, recentemente a entrevistar e a promover o autor Nafeez Ahmed - que, embora seja uma pessoa muito bem informada sobre os atentados de 11 de Setembro e de 7 de Julho, nunca diz que se trataram estes de auto-atentados. E que, no início do documentário Zero até nem consegue esconder um sorriso furtivo, quando fala sobre o 11/9.)

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colocado por Fernando Negro às 15:32

O feriado anarquista

01.05.14
Comemora-se hoje, mais uma vez, o feriado do 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.
E, também mais uma vez, uma imensa quantidade de gente alienada, neste "jardim" decadente, "à beira-mar plantado", nem ideia exacta faz do que é que aconteceu por volta deste dia e que justifica a existência deste feriado.
Como será, daqui a umas décadas?
Nem farão as pessoas, que gozam tal feriado, ideia do que é uma greve? Do que é um movimento de trabalhadores? Do significado do termo "Luta Social"? Ou (tal como já acontece, em grande escala) do significado da palavra "anarquista"?
Não. Não será tal feriado mais gozado. Mas, sim, para tudo o resto...
Ao que tudo indica, não farão tais pessoas mais ideia do significado desses termos. E será este feriado, obviamente, mais um de vários que - perante a passividade dessa mesma massa alienada e tal como será o caso do feriado do 25 de Abril - serão possivelmente abolidos.
Mas, se for assim que acabem as coisas, então, que seja...
Uma coisa que vos posso garantir, contudo, é que, nem que seja a única pessoa a fazê-lo, há pelo menos um anarquista que não se irá nunca render. E que nunca fará parte da massa estupidificada, alienada, inerte, cobarde, decadente e sem valores, que tudo isto está a destruir.
Por isso, encham os centros comercias e façam mais o que quer que seja que decidam fazer neste dia, que há pelo menos uma pessoa que irá estar a pensar nos mártires que deram a sua vida para que todos tivéssemos hoje mais direitos, condições de trabalho e qualidade de vida.

Vivam os Mártires de Chicago. Viva o 1º de Maio. Vivam os Trabalhadores.

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colocado por Fernando Negro às 17:52

Mais uma Greve Geral desvirtuada (e, em boa parte, silenciada)

28.06.13

Tendo feito questão em ver, ao final do dia, um noticiário televisivo que me contasse o que se passou nesta Greve Geral, deparo-me - às 00:00 horas, no canal TVI24 - com uma notícia de uma ridícula "forma de luta" que consistiu em tentar bloquear a Ponte 25 de Abril. 
(Ponte essa, na qual - tal como qualquer pessoa que a utilize sabe - passam frequentemente ambulâncias.)
Um acto estúpido e ridículo, não há dúvida... Mas, infelizmente, também um tipo de acto que se tem vindo a repetir, aquando das grandes manifestações que acompanham as Greves Gerais que têm vindo a ser feitas no nosso país.
O que me leva a questionar a ocorrência destes mesmos actos...

É esta, agora, uma ocorrência normal de cada vez que haja uma Greve Geral?
Ter um grupo de manifestantes que faz sempre algo que, ou é simplesmente estúpido, ou desvia as atenções do que foi a Greve Geral, em si?

Ainda esperei para ver se, depois de reportarem sobre esta tentativa de bloqueio, diziam mais alguma coisa sobre a Greve. Mas, nada...
Foi um sucesso? Não foi um sucesso? Que coisas foram ditas - em possíveis discursos, ou em palavras de ordem - por quem a esta Greve aderiu e se manifestou em frente à Assembleia da República?
Nada. Nem uma palavra, sobre tudo mais que aconteceu(?)...
Coisa que, desta vez, até me surpreendeu...
Pois, que um órgão da imprensa controlada faça - propositadamente ou não - um mau trabalho a reportar um acontecimento, não é coisa que me surpreenda. Agora, que omita (e completamente) algo de muito importante que ocorreu nas ruas da capital do nosso país (e, sobre o qual era mais- -que-suposto reportar) é que já é uma coisa da qual eu não estava à espera... E, também coisa que me faz reparar, ainda mais, na repetida ocorrência deste tipo de actos mediáticos. Assim como, questionar seriamente a coincidência da ocorrência dos mesmos...
Pois, já reparei que é sempre que ocorre uma destas muito grandes e significativas manifestações de descontentamento popular - que pode enviar uma muito grande e clara mensagem, a todos que fazem parte desta sociedade, de que algo de muito errado e de muito mal se passa neste país - que surgem sempre estas acções que - ainda que, sendo secundárias - são aquelas nas quais a imprensa controlada sempre decide se focar, em detrimento de tudo o resto que se passa e passou, no acontecimento principal que lhes serve de pretexto.
O que, naturalmente, me leva a questionar todo este fenómeno combinado...

  • Quem é que anda a instigar estas pessoas, para que façam tão estúpidas coisas?
  • Fazem estas pessoas (que participam em tais actos) sequer parte das organizações sindicais que convocam estas manifestações?
  • Porque é que é sempre que ocorre um destes grandes acontecimentos (com um imenso significado social) que surgem este tipo de manifestantes, a fazer as coisas piores, mais estúpidas e mais ridículas?
  • Se é fazer coisas que, repetidamente, não são aprovadas por quem convoca estas grandes manifestações, por que é que é sempre na sequência ou decorrer das mesmas que decidem estes manifestantes fazer este tipo de coisas - em vez de as fazerem num qualquer outro dia?
  • (E, a pergunta que deve sempre ser feita, para qualquer tipo de ilegalidade...) "Quem é que beneficia deste tipo de acções?"

Quem me lê, e sabe o tipo de intuição que tenho (e que me faz descobrir as coisas que descubro), saberá onde quero chegar... E, sobre isso, penso que mais nada aqui preciso de dizer... Assim sendo, (e, para finalizar) aproveito apenas para fazer alguma luz sobre (a inteligência de) o tipo de pessoas que decidem aderir a este tipo de propostas ridículas, mostrando uma reportagem antiga sobre uma outra acção deste tipo, que ocorreu há já uns bons anos, também nas ruas da nossa capital.

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Símbolo do "#changebrazil" é o mesmo das "revoluções coloridas"

24.06.13
O que eu já sei, para além disto, é já suficiente para perceber do que tudo isto realmente se trata...
Mas, para os mais ingénuos e ignorantes, aqui vai mais uma prova (para juntar a várias - [1] [2]) de que todo este alvoroço se trata, na verdade, de uma tentativa, maioritariamente organizada por forças exteriores ao mesmo (em colaboração com os seus fantoches locais), de desestabilizar politicamente o Brasil, sabotar a sua Economia emergente (que poderá, um dia, vir a rivalizar com as mais desenvolvidas do Ocidente) e substituir o governo deste país. Que (concorde-se ou não com o modelo económico por ele implementado - e, ainda que se trate de um governo com vários problemas sérios por resolver) tem vindo (dentro do possível) a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos do seu país e a deixar o país melhor do que estava, antes do partido por ele responsável ter subido ao poder. (Tudo, note-se, razões mais que suficientes para que seja alvo de uma tentativa de golpe e sabotagem destas...)
Se consultarem a página no YouTube onde são colocados os vídeos do sujeito mencionado na minha colocação anterior, poderão lá ver o símbolo que se encontra em cima e à esquerda deste texto.
Símbolo esse, que os mais atentos e bem informados, irão reconhecer doutros sítios...
Pois, é o mesmo símbolo que aparece em tudo o que são "revoluções coloridas", feitas para derrubar governos não alinhados com o Ocidente. E é também o mesmo símbolo usado pelos grupos que tentam desestabilizar a Rússia e a Venezuela.
(Mais uma muito boa prova de quem é que realmente está por trás disto...)
Como disse, tudo isto é já, para mim, mais que suficiente para saber do que realmente se trata toda esta confusão... E, por isso, não deverei sequer fazer mais colocações aqui sobre este assunto... Irei, antes, esperar que também nos meus sítios de referência na Internet se comecem a aperceber disto e a denunciá-lo - e, depois disso, irei deixar aqui, como comentários a esta colocação, as hiperligações para as confirmações por estes mesmos bons sítios de análise feitas.

Vivam o Brasil, o seu Desenvolvimento e o seu Futuro!

Morram o Imperialismo Anglo-Americano e a sua "Nova Ordem Mundial"!

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Alguns esclarecimentos sobre o que realmente se passa no Brasil

22.06.13
Tudo isto tem indícios de ser mais uma tentativa de "revolução colorida", das muitas que são feitas para desestabilizar países não alinhados com a NOM e substituir os seus governos. Mas, felizmente, é cada vez maior o número de pessoas que disto se começam a aperceber...

What is this, “companheiro”?



Recebi e copio aqui um texto da maior importância, que deve ser lido por todos os que ainda duvidam da presença de grupos organizados de provocadores e por gente contrária ao Brasil que se aproveita dos desejos generosos que movem os jovens que estão se manifestando em todo o Brasil.

Tem boi na linha. #changebrazil? Quais [são] seus interesses?

“Quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”, diz porta-voz anônimo do movimento ChangeBrazil.

Nem tudo que está acontecendo parece ser espontâneo. Qualquer pessoa que já tenha trabalhado com planejamento de campanha publicitária, especialmente online, sabe que algo assim é possível. Não é tão diferente de planejar o lançamento de um filme ou turnê para o público jovem.

Há um movimento na internet, que surgiu no dia 14 de junho, voltado principalmente para jovens, chamado #changebrazil (surgiu assim mesmo, em inglês). Em português o nome do movimento é Muda Brasil. Esse movimento postou vídeos, aparentemente espontâneos, que foram vistos por mais de 1 milhão de pessoas, a maioria deles jovens (muitos secundaristas) que estão indo para as manifestações em clima de festa e máscara V de Vingança.

Na quinta-feira, dia 13 de junho a polícia de Geraldo Alckmin (PSDB)  reprimiu de forma violenta manifestantes do Movimento Passe Livre, cidadãos e jornalistas. Logo no dia seguinte a grande imprensa passou a defender o movimento e surgiu um vídeo, em inglês, com legendas em inglês, que se intitulava “Please Help us” (Por favor, nos ajude). O vídeo, com um narrador com visual rebelde (alguém sabe quem ele é?) que já foi visto por mais de 1 milhão e 300 mil pessoas, passa rapidamente sobre tarifa de ônibus, critica a mídia e estimula aos jovens o ódio contras os políticos, enaltece o STF e estimula quem ver o vídeo a espalhá-lo e debater o assunto na internet. Sugiro que quem não entende o clima da juventude no protesto ou que tem ilusões de que eles são de esquerda, o assista. http://youtu.be/AIBYEXLGdSg

O vídeo parece simples, mas a iluminação e fundo é profissional, foi feito em estúdio, e se prestar atenção, verá que o manifestante (alguém o conhece?) de inglês perfeito, está lendo um teleprompter. O vídeo é feito em inglês, mas a maioria dos comentários é de brasileiros. Não há acessos a estatísticas. O vídeo foi feito e visto provavelmente por brasileiros, jovens, de classe média e alta que falam inglês. Fala da Copa do Mundo (preste atenção: todos falarão). E termina dizendo que “o povo é mais forte que aqueles eleitos para governá-los”.

Que movimento pelo Passe Livre faria um vídeo em inglês? Quem é esse sujeito? Quem pagou essa produção, feita em estúdio com teleprompter? http://youtu.be/AIBYEXLGdSg

As dicas sobre quem ele é o que as pessoas que estão por trás disso querem estão no segundo vídeo, postado durante as manifestações de segunda-feira.  Este fala em português. Carregado de sotaque, celebra a tomada do Congresso Nacional por “protestantes” (sic). Esse vídeo foi menos visto, mas não pouco visto, são 66 mil pessoas. http://youtu.be/z-naoGBSX9Y Ele dá parabéns pela manifestação, pelas pessoas mostrarem que “amam” seu país. E segue para dar instruções. Cita as hashtags #changebrazil e o #brazilacordou. Diz que o público não pode se desconcentrar nisso pelo gol do Neymar, ou pelo BBB. Diz que não devem falar de outros assuntos. Mas ao mesmo tempo a mensagem é vazia além de “Muda Brasil”. Ele se refere sempre sobre o que acontece como isso. E no minuto 2:06 ele diz para as pessoas fazerem o material para o exterior porque “quanto mais pessoas colocarem pressão sobre o Brasil, mais rápido o Brasil terá que se dobrar”.

Que movimento é esse que quer mudar o Brasil fazendo ele se dobrar?

Ele mistura nas pautas do seu “movimento coisas que todos defendem, como contra a corrupção, e mais verbas para saúde e educação. Talvez por “coincidência” as mesmas pautas centrais, com a mesma linha de discurso foi postada em um vídeo suspostamente feito pelo grupo Anonymous justamente quando as tarifas iam baixar para propor novas causas. Ele já foi visto por 1 milhão e 400 mil pessoas. http://youtu.be/v5iSn76I2xs Importante lembrar que como os vídeos do Anonymous usam imagem padrão e voz falada por digitada pelo Google, e são postadas em contas do Youtube aleatórias qualquer um pode fazer um vídeo se dizendo Anonymous.

O nosso amigo de sotaque não é o único vídeo que veio de fora. Já ficou famoso o vídeo de uma menina bonitinha, Carla Dauden, uma brasileira que mora em Los Angeles, falando contra a Copa do Mundo. Na descrição do vídeo ela diz que tinha feito o vídeo antes dos protestos (talvez para justificar a produção apurada), mas postou no dia 17 de junho. Carla diz [que] mais de 2 milhões de pessoas o viram. De novo, em inglês com legendas. Pretensamente para o exterior, mas de novo a maioria dos comentários é brasileiro. Ou seja, são para jovens que falam inglês. Diz mentiras como que os custos do evento teriam sido 30 bilhões de dólares, o que parece que os estádios custaram isso. Quando na verdade os custos reais são 28 bilhões de dólares, a maior parte em obras de mobilidade urbana, não estádios – veja o vídeo aqui: http://youtu.be/ZApBgNQgKPU. Mas quem está checando acusações?

Prestem atenção. A soma de apenas esses 3 vídeos somente deu 5 milhões de visualizações no Youtube.

Dê uma busca por changebrazil ou Muda Brasil, o nome dos vídeos em português do “movimento” que quer dobrar o Brasil no Youtube, e descubra você mesmo. Será que está acontecendo um 1964 2.0?

Por Fernando Brito

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Não há um “movimento” em disputa, mas uma multidão sequestrada por fascistas


Por Marco Aurélio Weissheimer

O que começou como uma grande mobilização social contra o aumento das passagens de ônibus e em defesa de um transporte público de qualidade está descambando a olhos vistos para um experimento social incontrolável com características fascistas que não podem mais ser desprezadas. A quem interessa uma massa disforme na rua, “contra tudo o que está aí”, sem representantes, que diz não ter direção, em confronto permanente com a polícia, infiltrada por grupos interessados em promover quebradeiras, saques, ataques a prédios públicos e privados, ataques contra sedes de partidos políticos e a militantes de partidos, sindicatos e outros movimentos sociais? Certamente não interessa à ainda frágil e imperfeita democracia brasileira. Frágil e imperfeita, mas uma democracia. Neste momento, não é demasiado lembrar o que isso significa.

Uma democracia, entre outras coisas, significa existência de partidos, de representantes eleitos pelo voto popular, do debate político como espaço de articulação e mediação das demandas da sociedade, do direito de livre expressão, de livre manifestação, de ir e vir. Na noite de quinta-feira, todos esses traços constitutivos da democracia foram ameaçados e atacados, de diversas formas, em várias cidades do país. Houve violência policial? Houve. Mas aconteceram muitas outras coisas, não menos graves e potencializadoras dessa violência: ataques e expulsão de militantes de esquerda das manifestações, ataques a sedes de partidos políticos, a instituições públicas. Uma imagem marcante dessa onda de irracionalidade: os focos de incêndio na sede do Itamaraty, em Brasília. Essa imagem basta para ilustrar a gravidade da situação.

Não foram apenas militantes do PT que foram agredidos e expulsos de manifestações. O mesmo se repetiu, em várias cidades do país, com militantes do PSOL, do PSTU, do MST e pessoas que representavam apenas a si mesmas e portavam alguma bandeira ou camiseta de seu partido ou organização. Em Porto Alegre, as sedes do PT e do PMDB foram atacadas. Em Recife, cerca de 200 pessoas foram expulsas da manifestação. Militantes do MST e de partidos apanharam. O prédio da prefeitura da cidade foi atacado. Militantes do MST também apanharam em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre outras cidades. Em São Paulo, algumas dessas agressões foram feitas por pessoas armadas com facas. E quem promoveu todas essas agressões e ataques. Ninguém sabe ao certo, pois os agressores agiram sob o manto do anonimato propiciado pela multidão. Sabemos a identidade de quem apanhou, mas não de quem bateu.

Desde logo, cabe reconhecer que os dirigentes dos partidos, dos governos e dos meios de comunicação têm uma grande dose de responsabilidade pelo que está acontecendo. Temos aí dois fenômenos que se retroalimentam: o rebaixamento da política à esfera do pragmatismo mais rasteiro e a criminalização midiática da política que coloca tudo e todos no mesmo saco, ocultando da população benefícios diários que são resultados de políticas públicas de qualidade que ajudam a vida das pessoas. Há uma grande dose de responsabilidade a ser compartilhada por todos esses agentes. A eternamente adiada Reforma Política não pode mais esperar. Em um momento grave e difícil da história do país, o Congresso Nacional não está em funcionando. É sintomático não ter ocorrido a nenhum dos nossos representantes eleitos pelo voto convocar uma sessão extraordinária ou algo do tipo para conversar sobre o que está acontecendo.

Dito isso, é preciso ter clareza que todos esses problemas só poderão ser resolvidos com mais democracia e não com menos. O rebaixamento da política à esfera do pragmatismo rasteiro exige partidos melhores e um voto mais esclarecido. A criminalização da política, dos partidos, sindicatos e movimentos sociais exige meios de comunicação mais responsáveis e menos comprometidos com grandes interesses privados. Não são apenas “os partidos” e “os políticos” que estão sendo confrontados nas ruas. É a institucionalidade brasileira como um todo e os meios de comunicação são parte indissociável dessa institucionalidade. Não é a toa que jornalistas, equipamentos e prédios de meios de comunicação estão sendo alvos de ataques também. Mas não teremos meios de comunicação melhores agredindo jornalistas, incendiando veículos de emissoras ou atacando prédios de empresas jornalísticas.

Uma certa onda de irracionalidade atravessa esse conjunto de ameaças e agressões, afetando inclusive militantes, dirigentes políticos e ativistas sociais experimentados que demoraram para perceber o monstro informe que estava se formando. E muitos ainda não perceberam. Após as primeiras grandes manifestações que começaram a pipocar por todo o país, alimentou-se a ilusão de que havia um “movimento em disputa” nas ruas. O que aconteceu na noite de quinta-feira mostra claramente que não há “um movimento” a ser disputado. O que há é uma multidão disforme e descontrolada, arrastando-se pelas ruas e tendo alvos bem definidos: instituições públicas, prédios públicos, equipamentos públicos, sedes de partidos, jornalistas, meios de comunicação. Os militantes e ativistas de organizações que tentaram começar a fazer essa disputa na noite de quinta foram repelidos, expelidos e agredidos. Talvez isso ajude a clarear as mentes e a desarmar um pouco os espíritos para o que está acontecendo.

Não é apenas a democracia, de modo geral, que está sob ameaça. Há algo chamado luta de classes, que muita gente jura que não existe, que está em curso. Não é à toa que militantes do PT, do PSOL, do PSTU, do MST e de outras organizações de esquerda apanharam e foram expulsos de diversas manifestações ontem. Com todas as suas imperfeições, erros, limites e contradições, o ciclo de governos da última década e em outros países da América Latina provocou muitas mudanças na estrutura de poder. Não provocou todas as necessárias e esse é, aliás, um dos fatores que alimentam a explosão social atual. Mas muitos interesses de classe foram contrariados e esses interesses não desistiram de retornar ao poder plenamente. Tem diante de si uma oportunidade de ouro.

Como jornalista, militante político de esquerda e cidadão, já firmei uma convicção a respeito do que está acontecendo. Uma multidão cuja direção (rumo) passou a ser atacar instituições públicas, sem representantes, infiltrada por grupos de extrema-direita, que rejeita partidos políticos e hostiliza manifestantes de esquerda, não só não me representa como passa a ser algo a ser combatido politicamente. Ou alguém acha que setores das forças armadas e da direita brasileira estão assistindo a tudo isso de braços cruzados?

***

Seguir lutando e rejeitar as manobras golpistas da direita


[Portal Vermelho]

Os acontecimentos da última quinta-feira (20) mostram que tendências contraditórias estão presentes na grande onda de movimentações populares em todo o país. É preciso refletir sobre elas. O movimento popular tem na experiência atual um manancial de ensinamentos para orientar-se corretamente e resguardar-se de atuar como massa de manobra da direita golpista.

Em mais de 100 cidades, dentre elas 25 das 26 capitais, realizaram-se manifestações de massas que mobilizaram mais de um milhão de pessoas. Um movimento cívico, popular, combativo, jovial, irreverente e – pela orientação dos seus organizadores e vontade da maioria dos participantes – pacífico. Mas a direita deu passos importantes na instrumentalização dos protestos e na tentativa de desviá-los para outras finalidades.

As manifestações foram infiltradas por provocadores que realizaram atos violentos e assumiram bandeiras políticas conservadoras. A transformação da luta democrática e social em um cenário de caos e desordem só favorece as forças da direita golpista.

Os atos e passeatas tinham como eixo, desde o seu início há duas semanas, a luta pela redução das tarifas do transporte urbano ou por sua gratuidade total. Num quadro em que esse transporte é caro e de péssima qualidade, em cidades de trânsito congestionado, a reivindicação calou fundo e alcançou enorme adesão popular.

Ao mesmo tempo, em face dos flagrantes contrastes e desigualdades sociais nos grandes centros urbanos, que mais se assemelham a caóticos aglomerados de pessoas do que a cidades humanas e organizadas, a reivindicação em torno da questão dos transportes logo extravasou para outros temas igualmente sensíveis.

Inicialmente incompreendido pelas autoridades que alternaram seu comportamento entre a soberba e a repressão, o movimento transformou-se em gigantesco pronunciamento da população na luta por direitos sociais. Mesmo o protesto contra os gastos com a construção de estádios e outros equipamentos para a Copa do Mundo de 2014 – embora equivocado na sua concepção, mal orientado e propenso à violência – também era compreensível.

Ainda que com plataforma difusa, as manifestações significaram um avanço na consciência política da população. Com o anúncio da redução das tarifas dos transportes em dezenas de cidades – principalmente em São Paulo, onde os protestos tiveram origem – é insofismável que a luta foi vitoriosa e é correto reiterar: lutar é um direito sagrado do povo brasileiro, conquistado a duras penas. Sempre vale a pena lutar.

O sentido das manifestações desta quinta-feira era precisamente o de comemorar a vitória e preparar-se para novos passos.

Mas por incitação da mídia a serviço de interesses antipopulares e antinacionais e de centros de poder que se mantêm ocultos e atuando por meio de algumas redes sociais na internet, as manifestações, em alguns casos, foram infiltradas por grupos de provocadores, que recorrem à violência, aterrorizando a população, depredando ou tentando invadir sedes de ministérios, prefeituras, bancos e estabelecimentos comerciais.

Agrega-se a isto uma deriva conservadora que se expressa por meio do lançamento de palavras de ordem que visam claramente à desestabilização política do país, ao isolamento das forças de esquerda e à derrocada do governo. Pescando nas águas turvas da confusão política e ideológica provocada pelos meios de comunicação, fomentam a rejeição aos partidos políticos e ao governo, criando um ambiente propício a aventuras golpistas de cariz fascista.

A pressão para transformar as manifestações em protestos de caráter conservador contra o governo e os partidos de esquerda foi de tal ordem que o próprio Movimento do Passe Livre, que até então liderava as manifestações e se reivindica como “autônomo, anticapitalista, horizontal e apartidário”, retirou-se do ato realizado na Avenida Paulista. Militantes do MPL começaram a perceber as características conservadoras presentes em alguns discursos, palavras de ordem e sobretudo na hostilização a outras organizações do movimento social e a partidos políticos de esquerda.

O que poderia ser uma festa cívica e democrática está sendo transformado em crise política e social. Mobilizar o povo em atos organizados para exigir direitos e reformas estruturais no país é algo indispensável e tarefa dos partidos de esquerda e das organizações do movimento social, que corresponde aos interesses e aspirações do povo brasileiro a uma vida digna, à democracia ampla e participativa e ao progresso social.

Deturpar estas aspirações, transformando justos protestos sociais em ações violentas para atirar o país no caos, serve a interesses antinacionais. O povo quer avançar na construção da democracia. Continuará na luta por seus direitos e rejeitará as manobras golpistas da direita.

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Protestos no Brasil

19.06.13

(Tal como no caso da clara diferença entre a cobertura dos protestos que ocorreram no Egipto e a dos que, ainda hoje, ocorrem no Bahrein - em que, notoriamente, a imprensa controlada fez uma cobertura enorme dos primeiros, enquanto muito pouco reporta, ou menciona sequer, os segundos...)
Quando, ontem, ao final do dia, apanhei, por acaso, uma parte de um telejornal da TVI, com uma emissão especial ("em directo") do Brasil, dos protestos que têm ocorrido neste país (em claro contraste com a não realização do mesmo relativamente aos protestos na Turquia) - e a fazer lembrar muito uma outra emissão especial ("em directo") que este mesmo canal fez dos acontecimentos na, agora muito conhecida, Praça Tahrir - suspeitei, logo, que se tratariam estes (no Brasil) de mais uns protestos que mereciam a aprovação do poder estabelecido...
E, quando as declarações da jornalista, correspondente em São Paulo, foram interrompidas, assim que esta começou a falar nos reais problemas do Brasil - nos quais se inclui a grande dívida externa por este país ainda detida, ainda mais suspeitei que se trataria de mais uma emissão controlada.
Mas, se apenas algumas dúvidas e suspeitas tinha eu, até agora, relativamente ao que se passa neste nosso "país irmão"... Acabei de tirar e esclarecer as mesmas, quando vi, há pouco, um vídeo (publicado no YouTube, há apenas dois dias, e) republicado num sítio brasileiro de notícias, que costumo visitar.



Segue-se o comentário que deixei a este vídeo, no sítio brasileiro de que falo...

E não acham estranho (e demasiada coincidência) este vídeo ter sido publicado na mesma altura em que têm início os protestos?
E que seja feito por alguém com sotaque americano?
Que seja feito em língua inglesa (e, maioritariamente, para o público internacional)?
Que seja muito bem produzido, com dinheiro oriundo sabe-se lá donde, por um grupo de pessoas que (com que raio de objectivo benéfico(?) - agora, que é demasiado tarde para impedir tais de ocorrer) visam apenas sabotar os eventos internacionais que se irão realizar no vosso país?
Vídeo esse, que incentiva (também) os protestos internos contra estes eventos, que têm como objectivo promover o Brasil e que o governo vê como investimentos que poderão ter um resultado benéfico na Economia?
Protestos esses, que degeneram em violência descabida e que são feitos num país emergente, não alinhado com o Ocidente - e que o último tem interesse em sabotar?
Protestos esses, que são, inclusivamente, feitos com cartazes em inglês - claramente feitos para a imprensa estrangeira?
(http://rt.com/news/mass-protests-continue-brazil-844/)
Abram os olhos...
Nem tudo o que são protestos são por uma boa causa. E, uma boa parte deles, são feitos por forças exteriores aos países onde ocorrem, com vista a sabotar (e substituir o governo de) esses mesmos países.
Ainda que não concordem com o Mundial... Acham que é bom, para o vosso país, estar agora a sabotar o mesmo? (E dar a imagem, para o exterior, de um país onde ninguém quer estar?)
Para resolver os problemas económicos, há, então, que desenvolver a Economia...
E, se o governo decidiu realizar estes eventos, foi, obviamente, com esse objectivo em mente...
Concorde-se ou não com tal estratégia de desenvolvimento, acham, mais uma vez, que é boa ideia estar agora a espalhar o caos e a violência no vosso país?

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Matrix e V de Vingança

28.02.13
O que eu penso destes dois filmes - e outros semelhantes, com o mesmo tipo de argumento-base - <aqui>. E também aqui um acrescento e aqui (no terceiro comentário a essa colocação) um outro.

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Conheçam Andrew Gavin Marshall

22.12.12

Eu já suspeitava disto, por causa de outras coisas que tinha lido dele. Mas tive, há poucas semanas, a agradável confirmação do facto...
Coincidentemente (ou não) este é, logo a seguir ao conhecido director Michel Chossudovsky, simplesmente o melhor autor que conheço que costuma publicar coisas no Centro para a Pesquisa sobre Globalização.
Realmente, o "rapaz" (que era o que ele ainda era na altura em que comecei a ler os textos dele) já me tinha chamado muito a atenção, quer pela qualidade, quer pela profundidade - evidenciadora de um grande trabalho de pesquisa - dos seus textos, reveladoras de um intelecto bem acima da média. E, acima de tudo, também pela excelente escolha de (muito importantes) tópicos que ele decidia focar.
E foi com agradável surpresa que, há uns tempos, comecei a ver referências muito favoráveis ao Anarquismo e ao Socialismo, da parte deste autor.
Mas, se já com isto tinha ficado agradado, ainda mais fiquei, quando o vi, há algumas semanas, na seguinte entrevista (correspondendo a parte que me agradou aos dois últimos terços da mesma, após o segundo intervalo).

(O sítio na Internet do entrevistado é, tal como aparece no vídeo, www.andrewgavinmarshall.com.)


Mas só uma observação, sobre algo que é dito na entrevista para a qual chamo a atenção...
O conhecido intelectual norte-americano, Noam Chomsky, é um falso anarquista - tal como terão constatado, se já tiverem lido o livro do Daniel Estulin sobre o Clube Bilderberg. (E não é o único intelectual, no seu país, a fingir que o é...)
O Estulin fala no seu papel como agente provocador, do qual me lembro de ver um pouco, há uns anos - e tal como é o caso de um outro intelectual - em textos seus a desculpabilizar certos actos de destruição de propriedade, que são cometidos por pessoas ideologicamente comprometidas com certas vertentes ecologistas anarquistas. Mas, mais importante, na minha opinião: do pouco que conheço dele, o que já pude também claramente observar é a sua tentativa de colagem da vertente socialista do Anarquismo a alguns dos restantes ideais socialistas autoritários, dando a entender que são próximos, o suficiente, para poderem ser "colocados no mesmo saco" e para que possa haver um apoio mútuo entre estas duas diferentes posições políticas. (A fazer lembrar a "proximidade" que queriam criar, em Portugal - há uns anos, numa campanha legislativa - entre o Bloco de Esquerda e supostos anarquistas que diziam que iam votar neste bloco partidário...)
Pois, se há já muito tempo que observei que há quem queira puxar os anarquistas para o lado do niilismo, já observei também que há quem, por outro lado, os queira puxar para o lado do "socialismo" de Estado (na verdade, controlado por interesses capitalistas), tentando convencer libertários: a enveredar pelo apoio formal a - e mesmo participação em - partidos políticos; ou a que formem grupos conjuntos com autoritários, que se dizem de "esquerda", que não têm como objectivo a abolição do Estado.

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colocado por Fernando Negro às 01:21

Partido Comunista da Grécia acusa o governo de responsabilidade pelo ataque à manifestação ocorrida dia 20 frente ao Parlamento

28.10.11

A composição da multidão que atacou os manifestantes, é descrita pelos comunistas como "grupos provocadores, membros de claques organizadas de clubes de futebol, elementos de extrema-direita etc que, de acordo com as necessidades do momento, usam o uniforme apropriado". E suponho que parte desse agrupamento terá sido também constituída por outros que facilmente alinham com - e, consequentemente, são usados por - agentes provocadores e quem foi efectivamente lavado ao cérebro por certo tipo de propaganda emitida pelo poder estabelecido.
O tipo de multidão descrita pelos comunistas gregos, não constitui nada de inédito. Se quiserem ter conhecimento de um outro exemplo histórico recente, num país do sul da Europa, do mesmo tipo de gente que se infiltra em manifestações para fazer ataques de bandeira falsa, leiam isto.
Os resultados do que aconteceu em Atenas, foram os que tristemente foram reportados.
Vítima da fraude bancária, da propositada má gestão governamental, de um plano que visa destruir intencionalmente a economia do seu país e vítima da repressão policial - oficial e encoberta - morreu, a 20 de Outubro de 2011, na Grécia, um trabalhador em greve que lutava pelos seus direitos.
Foi certamente o primeiro de muitos na Europa que irão morrer a lutar. E resta aguardar para ver no que vai dar a Resistência que irá haver à transição para a "Nova Ordem Mundial" que nos querem impor os vários líderes europeus e ocidentais. Resistência essa, que espero que seja, ao máximo, pacífica e que aposte, acima de tudo, na construção de alternativas.
Note-se, que nos confrontos que ocorreram em frente ao parlamento grego nesse dia, os comunistas limitaram-se a exercer o legítimo direito à autodefesa, depois de terem sido atacados por um outro grupo, enquanto exerciam o seu, também legítimo, direito à liberdade de reunião e de expressão.

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colocado por Fernando Negro às 16:22

Esqueçam Charlie Veitch

19.10.11

Isto é incrível... O ponto a que estas pessoas são capazes de chegar...
Já me tinha acontecido, dentro do mesmo tipo de golpes baixos, na minha juventude ter, por exemplo, um cartaz roubado, aquando de uma manifestação em Barcelona, por alguém com idade para ser meu pai e que não suspeitei que pudesse fazer uma coisa dessas.
Mas, talvez por ter Charlie Veitch uma idade próxima da minha, por se afirmar este defensor dos mesmos ideais que eu, por usar este sempre uma argumentação inteligente nas críticas que faz, por andar este a dizer o que eu já não tenho vontade ou paciência para estar a dizer e por querer eu acreditar que ainda há quem seja possuidor de uma mentalidade libertária na Europa, capaz de lutar de um modo decente pelo Anarquismo e que queira resistir a esta imensamente podre nova ordem das coisas, não suspeitei mesmo nada - apesar de saber já a que tipo de esquemas o poder estabelecido é capaz de recorrer - que este conhecido activista fosse mais um dos que, na realidade, trabalham para quem nos controla a todos...
Mas é lamentável e tristemente que tenho de admitir que fui, mais uma vez, enganado e surpreendido pelo grau de insidiosidade que certas pessoas, que agora sei trabalharem para o poder estabelecido, são capazes de atingir.
Se isto são as acções ordenadas e aprovadas por quem se diz "nobre" - como se autodenominavam, nos séculos passados, os antepassados dos líderes desta conspiração da NOM - então não sei o que é ser-se "de baixo nível" e ser-se capaz de recorrer aos mais baixos e insidiosos golpes que certos lacaios ao seu serviço, possuidores de mentes doentias, são capazes de conceber...
Sei que o termo usado para descrever os parasitas que gerem tudo no topo é "Nobreza Negra". Onde o adjectivo "negra" provém das suas façanhas malvadas. Como no caso do termo "magia negra" etc. E, para mim, neste caso, "negra" tem a ver com "podridão", "sujidade", "trevas". A cor das necroses e da morte. Do que é mau e nocivo.
Até me senti mal e enojado quando me dei conta da verdadeira natureza deste indivíduo...
Veio-me, nessa altura, à memória um outro personagem que conheci em 2002, aquando das manifestações contra o Fórum Económico Mundial em Nova Iorque. Um outro indivíduo (que agora me dou conta de que era mais um exemplo deste habitual tipo de personagens que constantemente se infiltram no meio activista) também com idade para já ter juízo, que pude ver a tentar convencer a malta jovem, em idade de ser facilmente influenciada, presente numa reunião, a enveredar por uma estúpida "forma de luta".
Que incrível é que haja até pessoas, já com alguma idade, que tentam manipular deste modo jovens com idade para serem seus filhos...
Mas vamos ao específico.
Estou a escrever este artigo para corrigir o que anteriormente disse em relação a uma polémica que surgiu à volta do conhecido "activista" Charlie Veitch.
Na altura em que fiz os comentários que fiz, por saber já, de trás para a frente, que a BBC é um órgão de comunicação de massas controlado, nem me dei ao trabalho de ver o documentário que era falado... (Sabendo, e reparando, eu agora que, de qualquer modo, o mesmo só foi muito mais tarde exibido, aquando do 10º aniversário dos ataques...)
Mas estava eu, há um mês, com muito tempo livre, quando decidi espreitar o sítio na Internet da The Love Police e lá estava o tão falado filme da BBC 3 como colocação mais recente na sua página inicial. Sem nada melhor para fazer, pensei: "Porque não? Já agora vou ver como é uma peça de propaganda da BBC a tentar desacreditar quem não engole a história oficial do 11/9."
E que surpresa me aguardava, quando assisti à tão falada "mudança de opinião" de Charlie...
Eu nem vou jogar segundo as regras da BBC e participar no seu jogo, falando apenas da argumentação menos sólida e dos factos mais passíveis de várias interpretações que esta inteligentemente decidiu focar... Porque isso seria estar a fazer o que esta quer, que é não falar de outras coisas muito mais importantes, que esta convenientemente decidiu omitir, e que provam que a história oficial é uma mentira descarada. Relativamente ao do que esta fala no documentário, direi apenas que as (não) explicações nele avançadas são um verdadeiro atestado de estupidez para quem engula o que neste filme é dito. Mas, mais uma vez, comparem - se quiserem perder o vosso tempo com esta peça de propaganda - o que nele (não) é dito com o que é dito - por outros autores, não controlados pelo poder estabelecido - noutros artigos, entrevistas, documentários, livros e sítios na Internet, que aqui já recomendei, e tirem as vossas próprias conclusões...
Mas que belo actor se revelou este personagem Veitch...
Sem dúvida que me deixei levar pela aparente boa vontade de Charlie. Se bem que, posteriormente a ter publicado aqui o meu primeiro artigo sobre ele, comecei, apesar de tudo, a acumular algumas suspeitas relativamente a esta pessoa, devido a certas coisas que ele dizia. Encarando-as eu, nessa altura, como aspectos negativos, sim, mas que podiam ser atitudes genuínas da parte de quem, apesar de tudo, era bem-intencionado.
Em condições normais, ignoraria simplesmente, daqui em diante, tal pessoa. Tal como fiz relativamente a um outro conhecido "anarquista", do outro lado do Atlântico, responsável por um conhecido sítio na Internet - [1] [2] [3] [4].
Mas visto ter aqui chamado a atenção para este personagem Veitch, tenho agora a obrigação de corrigir aqui o que disse anteriormente.
Sem dúvida que achei muito estranha a sua "mudança de opinião" relativamente ao 11/9... (A fazer lembrar outras "mudanças de opinião" de que tive conhecimento.) Mas estar muito mal informado sobre aquela que foi simplesmente a mais importante e marcante série de atentados terroristas da História Ocidental recente, não é factor eliminatório para que uma pessoa possa ser considerada anarquista... Embora eu sempre tenha achado muito estranho este conhecido activista político agora simplesmente rejeitar tudo o que são inúmeras denúncias de mentiras e inconsistências na história oficial dos atentados, imensamente óbvias e facilmente constatáveis por quem se queira informar minimamente sobre os mesmos. (Uma atitude que não encaixa muito bem com o seu comprovado elevado grau de cultura e de inteligência...)
Mas foi só quando finalmente vi, por mim próprio, esta autêntica mudança brusca de 180º na sua posição, que me dei conta de que pessoa é esta da qual eu começava a gostar.
Vejam, se quiserem, aqui um dos momentos-chave... (E reparem nos olhos!)
Realmente, outros factos houve que, posteriormente a ter conhecido este "anarquista", me despertaram também a atenção para esta pessoa e me fizeram ficar um pouco de perna atrás com a mesma, à medida que o fui conhecendo melhor. E após ter visto o documentário da BBC, fui então ver ainda mais vídeos dele e pude identificar ainda mais aspectos, no mínimo, suspeitos sobre este "activista". E foi este o conjunto do somatório final do que sobressai de estranho neste indivíduo:

Para além de tudo isto, sempre houve algo que achei imensamente invulgar e surpreendente. E que pensei que pudesse ser um acto de enorme inconsciência da sua parte, não próprio de alguém inteligente e com a maturidade que este deveria ter. Sempre achei muito preocupante que alguém, numa economia em Colapso, decidisse simplesmente enveredar pelo activismo quase a tempo inteiro(?!), tornando-se sobejamente conhecido pelas suas fortes críticas ao Estado e ao Capital, sem pensar no amanhã, quando possivelmente não possa mais sustentar este estilo de vida e tenha de se empregar nesse mesmo Estado ou trabalhar para esse mesmo Capital...
Afinal de contas, por que razão têm recorrido revolucionários e resistentes, ao longo da História, ao uso de pseudónimos e a tácticas de guerrilha? Cabe na cabeça de alguém de bom-senso, em situações de mal modo desfavoráveis, estar a expor-se deste modo?
Tudo isto não invalida as críticas inteligentes que este fez e continua a fazer...
Sendo, no entanto, preciso lembrar que é essa a maneira típica de operar dos agentes do poder estabelecido que se infiltram em movimentos revolucionários e grupos activistas. Fazer um pouco o seu papel para se fazerem passar por alguém que está genuinamente contra as coisas como elas são, para, ao mesmo tempo, ir, a pouco e pouco, vigiando, controlando e sabotando tais grupos e movimentos.
O que vale é que esta é uma táctica da qual as pessoas pertencentes a este tipo de colectivos têm já conhecimento e à qual, por isso, estão sempre atentas.
Bem que houve imensa gente a alertar para isto. Eu é que, por não ter visto a "conversão" em si de tal personagem, me recusei, na altura, a acreditar no que agora vejo ser a verdadeira natureza deste suposto activista "anarquista".
Activista esse que, com tudo isto, se revela ser na realidade uma mistura entre agente provocador e tentativa de líder espiritual não declarado, que tenta influenciar jovens insatisfeitos com o actual estado das coisas. Um verdadeiro colega de outros personagens que recentemente foram desmascarados no mesmo Reino Unido e um muito bom actor, capaz de enganar as pessoas, com o que se revelam então serem falsas manifestações de preocupações sociais e falsos momentos de comoção, ainda que seja difícil de acreditar em tal coisa para quem realmente as tem e realmente passa por eles.
Mais um agente do sistema, é o que este personagem Charlie Veitch é. Tal como outro "anarquista" que foi, há uns anos, denunciado neste mesmo país e que fazia parte de um grupo que fazia, ou ainda faz, a apologia da violência.
O que Veitch basicamente tenta fazer é contaminar o Anarquismo com algo que, infelizmente, o tem vindo a infectar, e muito, nas últimas décadas e que tenho já comentado, por vezes, em privado. Que são as drogas e o niilismo. As duas mais eficazes, e aparentemente predilectas, maneiras, por parte do poder vigente, de sabotar e combater os movimentos anarquistas.
Quando se tratam de partidos políticos, sejam eles controlados desde a sua formação ou não, a maneira simples de controlá-los consiste apenas em ir colocando pessoas em lugares-chave, no topo da hierarquia, para, deste modo, facilmente controlar toda a gente com mentalidade de rebanho, que quase sempre obedece e se conforma com as ordens emanadas pelos seus líderes.
No caso de movimentos anarquistas, pelos vistos, o que acontece é que surgem sempre estes personagens que, recorrendo a elaborados disfarces, se esforçam ao máximo para se tentar fazer passar por pessoas que realmente querem uma alternativa libertária ao actual estado das coisas, tentando infiltrar-se e persuadir e incentivar os colectivos a adoptar "formas de luta" estúpidas, ineficazes, contraproducentes e que só os fazem perder tempo e não os levam a lado nenhum.
O que vale é que os anarquistas - ou os que o são a sério, pelo menos - são sempre pessoas que pensam por si próprias e, consequentemente, geralmente difíceis de enganar e controlar.
(Ainda que, não as influenciando, enganá-las seja sempre possível, recorrendo aos mais baixos golpes que alguém pode conceber...)
Posso ter demorado algum tempo, mas finalmente o topei.
"Charles Torres Veitch" (se é que esse é o teu verdadeiro nome): Há mais uma pessoa, e também um anarquista a sério, que não enganas!



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