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Sou eu o único que sabe disto?!

21.10.17

Ora, veio ontem dizer o director nacional da Polícia Judiciária (PJ), perante todo o país, que não têm sido encontrados indícios que associem o fogo posto ao crime organizado.

 

almeidarodrigues.png

(Fotografia tirada desta página da TVI, com o vídeo das declarações em causa.)

 

E, venho eu dizer, neste meu humilde blogue, que isto não é bem assim... E, passando a explicar o que quero eu com isto dizer...

Primeiro que tudo, sobre a credibilidade deste director e da sua instituição, é preciso lembrarmo-nos de que foram estes os mesmos que, logo após a tragédia de Pedrógrão Grande, prontamente vieram dizer que tinham (rapidamente) descoberto que a causa do fogo tinha sido a queda de um raio. Coisa que, depois se veio a saber ser <mentira>. (E, pessoalmente, num incêndio de tão grandes dimensões, achei mesmo muito estranho como é que era possível alguém descobrir, com certeza, tão rapidamente a causa do mesmo - e vir logo dizê-lo ao país inteiro...)

Segundo, as pessoas que realmente se preocupam com este fenómeno dos fogos postos, já têm dito em debates televisivos que os engenhos usados para provocar um incêndio (quando se tratam de actos planeados, não cometidos por pirómanos ou outras pessoas doentes) são artefactos que se autodestroem no momento da combustão/explosão - e, como tal, não deixam vestígios da sua existência. Por isso, se é estar à procura de provas físicas de mão criminosa nestes incêndios o que quer dizer o acutal director da PJ, quando fala em não conseguir detectar crime organizado... Não é por aí que, a existir, terá o mesmo de ser apanhado... Como em qualquer crime, a pergunta que se deve fazer é: "Cui Bono?" E, a partir daí, procurar por ligações entre as entidades que beneficiam destes incêndios e quem é apanhado a ateá-los ou que é suspeito de tal.

Terceiro, essa cara de domesticado e submisso (como quem recebe ordens fortes vindas de cima), conjuntamente com o constante olhar para baixo e incapacidade de olhar os entrevistadores nos olhos - aos quais se junta a típica colagem de factos/argumentos, que nada têm a ver com o assunto, para tentar apoiar o que se diz, que costumam fazer os políticos - não inspira mesmo confiança nenhuma quanto à sua honestidade, senhor director da PJ... (Vídeos <aqui> e <aqui>.)

Mas, indo ao que, de mais importante, eu quero aqui dizer... Deixo então, em baixo, a seguinte informação - para a qual anteriormente já deixei, neste blogue, uma hiperligação - mas agora, apenas sob a forma de um excerto, especificamente sobre o que interessa para este caso, em particular, das afirmações do actual director nacional da PJ.
Dizia eu, há uns anos, sobre o que sei do facto de muitos destes fogos serem postos, o seguinte:

 

Pessoalmente, já tive conhecimento de:

- Um caso, no sul do país, a que assistiu alguém que conheci, em que foi visto algo ser atirado por uma aeronave que passou e depois começou um incêndio no mesmo local.
- E de um parque natural, neste país, aonde eu me deslocava frequentemente, num trabalho de voluntariado, em que um incêndio teve início, a meio da noite, pelo que me lembro em 7(!) locais diferentes e onde, no decorrer do qual, alguém foi apanhado no local por militares e depois de algumas agressões confessou ter provocado o incêndio a mando de outrem.

 

(Ora, sendo eu uma pessoa mesmo muito anti-social, que pouco viaja por este país e que se relaciona com mesmo muito pouca gente...)

Se eu sei disto, não haverá muito mais gente, neste país, que saiba de histórias iguais ou semelhantes?

E, não são estes indícios de crime organizado?!

Já agora... Que tal deixarmos de ligar - ou de dar credibilidade alguma - ao que dizem os vários órgãos do Estado (que, sendo quem dá o dinheiro dos contribuintes às empresas privadas de combate aos fogos, poderá estar envolvido em tudo isto) e passarmos antes a prestar muito mais atenção ao que têm a dizer as pessoas que nada terão a ganhar com tudo isto?

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colocado por Fernando Negro às 18:44