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O 11 de Março (1975) e o PREC explicados em muito poucas linhas

27.04.19

cia_capital.jpg

[A fotografia que acima coloquei, foi tirada <daqui>. E, a seguinte é a minha opinião (ou melhor dizendo, quase certeza) pessoal, que recentemente partilhei (em correspondência privada) com alguém que se interessa, mais do que eu, sobre este assunto - e que estou presentemente a ajudar a contactar um dos envolvidos (que de nada disto, na altura, sabia - e se limitou a cumprir ordens).]

 

1) O 11 de Março teve o apoio do PS. (Lembro-me de tal ter sido dito na SIC, aquando dos 20 anos do golpe.) Ora, o PS era liderado pelo Mário Soares. E, [para além de ser este maçom] lembro-me bem do Mário Soares ter dito uma vez na televisão que tinha conspirado com o Carlucci [embaixador dos EUA e membro da CIA] durante o PREC.

2) O pretexto para (ou o que provocou) o golpe, que era a informação de que havia uma lista de pessoas a serem eliminadas - e que iria dar origem a uma "Matança da Páscoa" - veio a revelar-se ser falso. Ora, o usar *mentiras* para provocar reacções ou para criar pretextos para acções e golpes políticos é um modo típico de actuar dos serviços secretos ocidentais (tal como os "atentados de bandeira falsa").

3) A data "11 de Março" é quase certamente uma assinatura maçónica: http://blackfernando.blogs.sapo.pt/dias-maconicos-de-ocorrencia-de-100083

Logo, juntando estes pontos, é para mim praticamente uma certeza de que houve mão da CIA por trás disto. (Pois, dos serviços secretos portugueses, que estariam em "remodelação" e nem deviam praticamente existir na altura, nem ter condições para tentar gerir o que se passava, é que não acredito que tenha havido mão. A União Soviética, soube há uns anos que não tinha interesse em que Portugal se tornasse comunista. E, quem mandava e manda no Ocidente, em termos de serviços secretos, são a CIA e o MI6.)

Para mim, o 11 de Março não foi mais do que uma tentativa falhada do 25 de Novembro. Uma maneira de tentar por o país "na ordem". Isto é, de tentar implementar uma democracia representativa a sério e acabar com a partidarização das Forças Armadas e uso das mesmas pelos comunistas, que tentavam impor as suas reformas, contra a vontade da maioria da população. (Democracia essa, que sabiam a CIA e afins que iriam facilmente controlar, através das farsas de partidos que foram formados que temos - PS, PSD e CDS - que recebem ordens dos bilderbergers e afins.)

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colocado por Fernando Negro às 06:14


3 comentários

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De Fernando Negro a 27.04.2019 às 06:27

Também, há mais coisas (de que eu tenho conhecimento pessoal, através de uma ligação familiar - e que já partilhei com a pessoa interessada que mencionava) que revelam a mão da associação entre Mário Soares e a CIA por trás do golpe de 11 de Março:

«Este major (...) antes do golpe, enviou 3 "oficiais-alunos" da Academia Militar para Tancos, para verem eles como (de que tipo) eram as pessoas da base (...) aluno do Mário Soares, era um forte militante do PS. Ao ponto de, quando estava na prisão [por ter participado no golpe], por tanto defender o PS quando lá estava, lhe ter[em] (...) até uma vez perguntado se ele era afinal da Academia Militar ou do PS, tal era a sua grande [concordância com] tudo o que o PS fazia e dizia. Ora o PS, através do Mário Soares (tal como (...) me lembro perfeita e inequivocamente de ver o Mário Soares uma vez dizer na televisão, até pela maneira muito forte e assumida como dizia ele tal coisa) conspirou com o Carlucci durante o PREC. E, se foi um forte aderente do PS quem, antes de saber alguém em Tancos que iria haver tal golpe, enviou para lá pessoas, já para ver se daria para organizar tal coisa... Também, outra coisa que eu soube - e que revela uma possível ligação de serviços secretos ao boato/mentira da "Matança da Páscoa", foi que, a maneira como tal informação falsa chegou a Portugal, foi através de um oficial da Marinha, filho de um tipo da PIDE (...) - que tinha vindo de Espanha (...) o qual passou tal informação ao (...) (e um grupo de civis amigos dele, que tinham feito a tropa na Marinha), que por sua vez passou a informação ao Spínola - que (assustado) começou com os preparativos para o golpe.»
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De Fernando Negro a 27.04.2019 às 13:46

E, porque a rever, há pouco, um programa exibido pela RTP no passado dia 24, sobre este episódio, pude constatar que (não surpreendentemente) este órgão de comunicação desinformou (ou mentiu) sobre o sucedido... Aqui fica uma correcção, relativa a um importante pormenor (aliás, já feita num debate, que ocorreu numa outra estação de televisão, aquando dos 20 anos deste golpe) - à qual acrescentei (também em correspondência privada) alguns pormenores, de que tenho conhecimento pessoal.

1) Para além de, no resultado da autópsia, se ter descoberto que o soldado Luís tinha sido morto com um tiro de G3 [pelo que me lembro, foi descoberta uma bala deste tipo de metralhadora no seu corpo], o sítio onde estava o soldado Luís acamado (ele estava doente) quando foi morto, não só não tinha quaisquer danos no telhado (não foi então atingido pelos helicópteros ou aviões) como a parede junto à cama dele tinha uma ou mais marcas de disparos (obviamente, não vindos do ar - e consistentes com uma rajada de metralhadora G3).

2) A família do soldado Luís teve conhecimento do resultado desta autópsia. E, tendo o soldado Luís uma irmã que trabalhava na Baixa de Lisboa, a sua irmã andou a ser ameaçada (e acho que também perseguida/intimidada) durante algum tempo, para não falar sobre isto.

3) (...) o soldado Luís era um adepto do PPD (agora PSD) num quartel dominado por comunistas (na altura em que andavam os últimos com a sua conhecida "pica" revolucionária).


E, sabido isto, que cada um tire as suas próprias conclusões...
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De Fernando Negro a 27.04.2019 às 14:09

E, quem tiver visto, ou queira rever, o programa da RTP em causa...

Repare em como, a dada altura, o Spínola se dá conta de que lhe tinham mentido - e, acima de tudo, repare em como um dos comandantes da base de Tancos se dá conta de que um seu superior hierárquico afinal não tinha dado o seu aval a este golpe.

Ainda hoje, é (deliberadamente) ignorado - ou nunca é investigado (pelos pseudojornalistas da RTP e afins) - de quem é que ultimamente vieram as ordens para tal golpe, ou acção militar.

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