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Assim se chega ao topo e se vence no mercado internacional

15.03.19

huawei_patente.jpg

 

Um comentário que deixei há pouco, sobre a queixa, por parte dum inventor português, de que a Huawei supostamente (pois, está ainda por averiguar o quão genérico terá sido o uso de tal ideia) roubou dele uma patente relativa a um acessório para smartphones.

 

«Um caso que em nada engrandece a imagem pública da 2ª maior fabricante mundial de smartphones.»

(E, sabem lá vocês o que estas multinacionais – chinesas e não só – mais fazem, que não é do conhecimento público... Em que condições é que pensam vocês que são obtidas, em África, as matérias-primas necessárias ao fabrico dos vossos telemóveis?)

Numa sociedade capitalista, de competição entre vários grupos, a maneira de se chegar ao topo é não ter tantos “valores” como a concorrência... Pois, o quão mais baixo se estiver disposto a ir (i.e. quanto mais golpes baixos, ou truques sujos, se estiver disposto a recorrer a) mais “cartas do baralho” ou “trunfos” se possui na mão – e, consequentemente, muito maiores são as hipóteses de ganhar o jogo.

Não foi, por exemplo, o vice-presidente da Samsung recentemente preso?

Quanto ao que a Huawei especificamente fez com este inventor português,

Foi o mesmo “truque” que a Xiaomi usou com o líder da Meizu (https://www.techinasia.com/xiaomi-vs-meizu). Fingir-se de interessada em colaborar com outra pessoa, para saber o maior número de pormenores possível sobre o que criou e faz tal pessoa, e depois usar tal informação para benefício próprio.

 

[Acrescentado, no dia seguinte: E, já agora, deixo aqui mais um outro comentário sobre o mesmo assunto - que deixei na mesma publicação no dia seguinte - este, a propósito da notícia de que a Huawei está agora a ponderar instaurar um contraprocesso contra tal inventor português.]

 

Se tiver a Huawei apenas usado a ideia genérica do inventor português, vai o último certamente perder o caso dele em Tribunal...

E, eu não estou a ver a Huawei a arriscar uma enorme perda económica, e também a sua grande imagem pública, só por causa de um (único) acessório para smartphones – isto é, muito provavelmente, uma tão grande empresa como a Huawei tomou as necessárias precauções para não vir a ser (bem-sucedidamente) processada.

Esta é uma prática comum que é feita desde, pelo menos, o início do século passado – e cujo um membro da família Ford até ensinou uma vez a um dos dois grupos de inventores que concorriam para fabricar os primeiros aviões.

Estuda-se o que a concorrência já fez, de modo a perceber a lógica de como funcionam os seus mecanismos, e depois aplica-se o mesmo princípio, mas com um mecanismo alterado apenas o suficiente de modo a poder ser considerado diferente do mecanismo original. E, deste modo, por ser um mecanismo diferente que apenas desempenha a mesma função genérica, não se pode ser processado por roubo de patentes.

É a mesma história de que com a Pepsi-Cola e a Coca-Cola, por exemplo...

Um dos mais velhos truques capitalistas, que este ingénuo inventor português, aparentemente, desconhece.

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colocado por Fernando Negro às 13:20


1 comentário

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De Fernando Negro a 15.03.2019 às 13:56

E, aproveito para deixar aqui uma curiosidade...

Como é que uma certa empresa privada, de montagem e fornecimento de material informático, conseguiu, na viragem do século, ser a vencedora de um chorudo negócio para fornecer de computadores um departamento do Estado português?

Simples. Deslocou-se um dos líderes de tal empresa a uma bomba de gasolina na zona de Lisboa, deixou no exterior desta uma mala cheia de dinheiro (para não deixar qualquer rasto de transacção ocorrida) e foi-se embora, veio logo de seguida alguém buscar tal mala e... Já está. Negócio garantido.

(E, depois ainda foram os líderes de tal empresa gabar-se, aos seus empregados - um deles, meu amigo - do que fizeram...)

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