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A Fábrica de Nada

29.05.18



No decorrer de um inevitável processo de Colapso económico e desindustrialização (que está à beira de se tornar muito pior) e também já no início de uma era de transição para a mão-de-obra robótica em trabalhos fabris, parece este filme querer dar a dica (obviamente errada e tardia, que levará a um beco sem saída) de que, a maneira de se lidar com este inevitável Colapso industrial, é simplesmente entrar agora em autogestão nas várias fábricas, ignorando as actuais situação e evolução económicas, assim como a necessária adaptação à nova realidade tecnológica.
Como alguém que possui um passado anarquista, este filme provoca inevitavelmente em mim sentimentos mistos - pois, passando ao lado do seu modo de produção claramente não-anarquista e da altura em que este surge, tem também o próprio filme vários aspectos que considero negativos, maioritariamente associados à aplicação prática do conhecido (e notoriamente autodestrutivo) lema "Sexo, Drogas e Rock'n'Roll" (ou, neste caso, "Punk Rock").
Para além de que, parece esta obra criar uma atmosfera maioritariamente distópica e sombria.
E, o facto de ter sido este um filme que foi, muito estranhamente, premiado, bastante elogiado e até promovido internacionalmente pela imprensa controlada, leva-me logo a ficar "de perna atrás" com o mesmo e a suspeitar que possa este constituir uma tentativa de colar tais aspectos negativos à muito positiva experiência original, que o filme diz querer homenagear - ao mesmo tempo que, acima de tudo, seja este uma tentativa de promoção da subcultura decadente que retrata.
Também, logo a começar pela sua parcial origem duvidosa, num muito estranho e contraditório centro social que recebe dinheiro da Comissão Europeia (e onde se promovem conhecidos falsos movimentos controlados, a degradação cultural, a confusão sexual, uma sociedade pós-industrial, a abolição das fronteiras e se disseminam mentiras ecológicas, entre outros claros objectivos do poder estabelecido) inspira esta obra em mim tudo menos confiança e crença nas boas intenções de quem a criou.
No dia em que surga, em Portugal ou qualquer outro país do Mundo, um filme produzido de modo anarquista e que queira realmente promover o Anarquismo, retratando-o de modo essencialmente belo, funcional, verdadeiramente consciente, indubitavelmente sério e mesmo muito positivo, não associando esta ideologia e prática política a subculturas decadentes, poderei então eu encarar tal possível obra com outros olhos.
Até lá... É este filme, para mim, mais um que não tem valor e que assenta maioritariamente na negatividade e na crítica destrutiva e inconsequente, como tantos outros de natureza cínica que nos impinge a imprensa controlada - e também mais um que foi (quase certamente) feito com segundas intenções (que, infelizmente, quem aceitou nele participar e pensa estar a agir contra o "sistema" é incapaz de atingir - por não ter lido um muito importante livro).
Até o próprio nome do filme parece querer instilar a ideia inconsciente, entre quem o vê, de que o resultado final de quando se envereda por um modelo de autogestão é... "Nada".
(Vejam também este cartaz.)

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colocado por Fernando Negro às 06:26


4 comentários

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De Fernando Negro a 29.05.2018 às 15:41

E, reparem bem na hiperligação que eu incluo, quando menciono que este filme foi até promovido pela imprensa controlada internacional.

O "Financial Times" é simplesmente a publicação económica com maior número de leitores no Mundo. Ou, por outras palavras, é o maior órgão de propaganda capitalista (i.e. dos grandes interesses económicos, que controlam os nossos governos) que existe. E, se até uma publicação destas decidiu promover este filme...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_do_pato
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De Fernando Negro a 29.05.2018 às 17:02

"De hecho, los nazis habían utilizado intensivamente la propaganda radiofónica como instrumento de lavado de cerebro y la habían convertido en un elemento integral del Estado fascista. Este hecho fue observado y estudiado por las redes del Tavistock y utilizado extensivamente en sus propios experimentos. El objetivo de este proyecto, como se explica en la Introducción a la sociología de la música del propio Adorno, era «programar una cultura “musical” de masas como una forma de control social masivo mediante la progresiva degradación de sus consumidores». «Atontamiento obligatorio», llamado «estado de lavado de cerebro» por el Tavistock, el punk-rock homicida y la música ska, con sus choques de cuerpos, son manifestaciones directas del trabajo de Adorno".
--- Daniel Estulin, Los Secretos del Club Bilderberg
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De Fernando Negro a 29.05.2018 às 18:15

Até o "New York Times" recomendou este filme!

https://ionline.sapo.pt/606060

(Isto é completamente ridículo...)

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