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Amílcar Cabral: morto pela Nova Ordem Mundial

10.10.14

Quem souber um pouco da história da agora dita Guerra Colonial e também um pouco sobre os líderes independentistas que combatiam as tropas portuguesas, certamente já se deparou com um nome, que se destaca de entre os outros - pela sua grande consciência política e verdadeira vontade de mudar para melhor e desenvolver o seu país.
Sendo, aliás, este um nome que também se destaca de entre todos os líderes guerrilheiros, das várias guerras por independência que ocorreram em África.
O nome de que falo, é Amílcar Cabral. E, era este quem liderava as tropas do PAIGC, na Guiné-Bissau, num cenário de guerra que constituía a única colónia portuguesa em que a guerra estava a ser, claramente, perdida pelo lado português.
Quem conheça um pouco da sua história e já o tenha ouvido falar, nalguma das entrevistas que ficaram para a História, poderá notar que este era um líder particularmente culto e inteligente, idealista e que muito lutava pelo em que acreditava. Sendo, até, muito triste observar a diferença entre o que este pretendia para o seu país natal e o que nesse mesmo país se tornou, após todos estes anos de independência.
Ora, quem se tenha também já informado, o suficiente, sobre o projecto da "Nova Ordem Mundial" - que denuncio eu, repetidamente, neste blogue - e tiver, por exemplo, escutado a palestra paralela à qual chamei eu a atenção para, na minha colocação anterior, saberá já que o que é pretendido para todo o continente africano (e não só) é manter tal continente numa situação de extremo subdesenvolvimento e como um mero agregado de vários territórios fornecedores de importantes matérias-primas para o Ocidente.
Ora, vendo o quão promissor era um líder político destes e tendo consciência do quão contrários eram os seus objectivos de desenvolvimento aos planos da "Nova Ordem Mundial", torna-se óbvio que era este um líder que não queriam as elites ocidentais que alguma vez chegasse a governar o seu país, certo?
E, observando também a quantidade de (presentes e possíveis futuros) líderes políticos que são simplesmente eliminados, por terem objectivos contrários aos das elites ocidentais...
Temos também a consciência de que, mais do que ser uma grande dor de cabeça, na altura, para as tropas portuguesas, iria este líder ser um grande entrave a quem queria (e ainda quer) dominar toda a África, a longo prazo - e ficamos também com a certeza de que iria este líder ser uma muito "má" influência para todos os outros líderes africanos (como, aliás, já estava a ser) caso continuasse este com as suas actividades políticas, certo?
Pois bem...
Tendo eu possivelmente "juntando os pontos", neste caso, e tendo procurado por uma confirmação da minha forte suspeita... Não demorei muito até encontrar os factos que constituíram uma quase confirmação desta, nos arquivos da melhor fonte sobre assuntos políticos que conheço...
E, podem ler <aqui> o que eu encontrei, numa referência, não só a Amílcar Cabral, como a um dos líderes da FRELIMO, a propósito das operações de uma organização conhecida como "Aginter Press".
Mais...
Procurando, na Internet, por mais alguma coisa que consubstanciasse esta possível relação, encontrei <este> texto, de um conhecido historiador, que implica (e com certeza) tal organização na morte do muito conhecido líder africano.
Ora, sabendo o que sei (e, depois de ter lido o que li) apenas posso tirar uma conclusão...

A ser verdade o que foi dito por vários jornalistas portugueses, que implicaram a mencionada organização de fachada da CIA/OTAN na sua morte, Amílcar Cabral terá sido (tal como qualquer pessoa bem informada sobre estes assuntos poderá facilmente concluir) mais do que morto pela PIDE portuguesa, um de muitos líderes políticos idealistas e progressistas que foram obviamente mortos por (ou, neste caso, com a ajuda de) o Movimento Sinarquista (/Império Britânico) por quererem realmente desenvolver os seus países e exercer uma real independência dos mesmos.

Para que fiquem todos a saber um pouco mais do que falo, quando digo que era este um líder particularmente culto, inteligente e promissor, deixo-vos com uma das entrevistas, que mencionei, onde se pode ver manifestada um pouco da sua personalidade.

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colocado por Fernando Negro às 12:29

Programa "The Truthseeker" da RT quase que desapareceu da rede

28.09.14

Aquele que era o programa mais "sem papas na língua" da RT na sua versão em língua inglesa simplesmente desapareceu, (1) quer do sítio oficial da RT, (2) quer do seu canal oficial no YouTube (que, agora, já não me recordo se era o canal oficial da RT, ou se era um canal próprio que este programa tinha, à semelhança de outros programas emitidos por esta estação de televisão).
E, os vídeos de tal programa só podem agora ser encontrados nos canais de outras pessoas no YouTube, que publicaram cópias dos mesmos, ou então (alguns deles) num outro canal oficial que tem a RT, no sítio francês Dailymotion.com.

  1. Se procurarem no arquivo de programas antigos da página oficial da RT, não irão ver nenhuma referência a este programa. (E isto, apesar de vários - e acho, até, que todos os outros(?) - programas, que também já não são emitidos por esta estação - e vários deles de qualidade claramente inferior a este - estarem lá todos arquivados.) E, se experimentarem fazer uma pesquisa por "truthseeker" na página da RT e clicarem nas hiperligações correspondentes às subpáginas onde está tal programa arquivado, são antes simplesmente enviados para a página inicial desta estação de televisão.
  2. Se clicarem em duas hiperligações diferentes, para dois vídeos de edições deste programa, que eu tinha referido neste meu blogue - [1] [2] - aparece agora um aviso de que tais vídeos são "privados" (o que já era o caso para um deles, sobre o 11 de Setembro, mas em que, ainda assim, quem tivesse a hiperligação correspondente conseguia ver tal vídeo, sem problemas). E, mesmo que uma pessoa entre na sua conta no YouTube (tal como exigem outros vídeos mais restritos, para poderem ser vistos) ainda assim, não é permitido a um utilizador comum ver tais vídeos.

Ou seja, os principais (e que constituíam a maior parte do que são) arquivos oficiais deste programa, estão agora simplesmente escondidos do comum utilizador de Internet.
O que é mesmo muito estranho - e, ainda mais, quando se tratava este, claramente, do mais "incómodo" programa que a RT emitia.
Ora, sabendo o que ficamos a saber, depois de ver o vídeo correspondente à minha anterior colocação... Surgem, naturalmente, algumas perguntas:

  • Terá sido isto o resultado de pressão, nos bastidores, por parte de agentes exteriores a este canal de televisão?
  • Terá sido este um caso de autocensura, por parte da RT, para não se "esticar" demasiado (tal como, aparentemente, foi o caso com o vídeo da edição deste programa relativa ao aniversário dos ataques de 11 de Setembro - que não aparecia em resultados do motor de busca do YouTube e que, só quem tinha a hiperligação para o mesmo, podia ver tal vídeo "privado")?

Qualquer que tenha sido a razão para isto, o que é certo é que, se não vi eu todas as edições deste programa, agora, é que vou definitivamente vê-las! (Pois, se é algo de muito revelador e que foi escondido, então, é porque tem informação mesmo muito importante, que merece ser vista...)
E, sobre este programa, em particular...
A quem nunca o viu, posso dizer que era, simplesmente, um dos melhores que este canal emitia - na sua versão em língua inglesa - no aspecto em que, era um dos programas que mais importantes e mais "sensíveis" informações revelava. E, posso também dizer que, por não ser este um blogue feito com o intuito de estar constantemente a republicar coisas oriundas das fontes que já recomendo, é que não fiz eu referência a mais do que duas edições deste programa. (Pois, todas as que pude ver, eram simplesmente excelentes.)
Mas/e, já que foram então apenas duas edições que eu aqui referi, anteriormente (uma que aqui embebi, numa colocação, e outra para a qual apenas deixei uma hiperligação) aqui vão (já agora e para quem não as tenha visto, na altura) essas mesmas duas edições, outra vez - que fui buscar ao canal oficial da RT no sítio Dailymotion.com e ao canal de uma outra pessoa no YouTube - para que fiquem todos a saber o quão revelador, como eu disse, este programa era.



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Realpolitik russa relativa à situação na Ucrânia

05.08.14

(Quem preferir outras legendas, que não em inglês, pode clicar no ícone que as permite mudar.)

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Um mapa da Nova Ordem Mundial

04.04.14

Um mapa corrente do domínio que tem o Império Britânico sobre o Mundo, exibido aquando da última sessão de perguntas a e respostas de Lyndon LaRouche, transmitida via Internet.

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Tentativa de golpe fascista na Ucrânia

13.02.14

(Uma tradução que fiz, para ser publicada na espécie de "secção do leitor" do blogue do jornalista José Milhazes, de um muito bom texto sobre a situação na Ucrânia, que foi publicado na última edição da revista Executive Intelligence Review.)

Potências Ocidentais Apoiam Golpe Neonazi na Ucrânia

por uma Equipa de Pesquisa da EIR


2 de Fevereiro - Nações ocidentais, lideradas pela União Europeia e pela Administração Obama, estão a apoiar um golpe abertamente neonazi com vista a uma mudança de regime na Ucrânia. Se o esforço for bem sucedido, as consequências irão estender-se muito para além das fronteiras da Ucrânia e dos seus estados vizinhos. Para a Rússia, tal golpe constituiria um casus belli, vindo como vem no contexto da expansão da defesa antimíssil da OTAN para a Europa Central e da evolução de uma doutrina EUA-OTAN de "Ataque Global Rápido", que presume que os Estados Unidos podem lançar um primeiro ataque preventivo contra a Rússia e a China e sobreviver à retaliação.

Os acontecimentos na Ucrânia constituem um potencial espoletar de uma guerra global que poderá rápida e facilmente escalar para uma guerra termonuclear de extinção. Na Conferência de Segurança de Munique deste fim-de-semana, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia Sergei Lavrov teve uma acalorada troca de palavras pública com o Secretário-Geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen, na qual o último acusou a Rússia de "retórica belicosa" e Lavrov respondeu citando o programa de defesa antimíssil europeu como uma tentativa de assegurar uma capacidade de primeiro ataque nuclear contra a Rússia.

Nas suas declarações formais em Munique e uma semana antes no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça, Lavrov também criticou severamente os governos ocidentais por apoiarem organizações terroristas neonazis no seu zelo em colocar a Ucrânia sob controlo da União Europeia e da Troika para apertar a forca da OTAN em volta da Rússia.

No entanto, Lavrov subestimou o caso.

Desde que o Presidente Viktor Yanukovych anunciou que a Ucrânia estava a retirar os seus planos de assinar o Acordo de Associação da União Europeia em 21 de Novembro de 2013, organizações apoiadas pelo Ocidente constituídas por remanescências da colaboracionista nazi durante e imediatamente após a guerra Organização de Nacionalistas Ucranianos (ONU-B) e seus sucessores lançaram uma campanha de provocações com o objectivo de não apenas derrubar o governo do Primeiro Ministro Mykola Azarov, mas de derrubar o democraticamente eleito Presidente Yanukovych.

A Parceria de Leste da UE foi iniciada em Dezembro de 2008 por Carl Bildt e Radek Sikorski, os ministros dos negócios estrangeiros da Suécia e da Polónia, no seguimento da confrontação militar da Geórgia com a Rússia na Ossétia do Sul. A Parceria de Leste teve como alvo seis países que eram antigas repúblicas da União Soviética: três na região do Cáucaso (Arménia, Azerbeijão, Geórgia) e três na Europa Central de Leste (Bielorússia, Moldávia, Ucrânia). Não era intencionado que estes fossem convidados para uma adesão completa à UE, mas antes atraídos para uma posição em que estivessem sob o controlo da UE através dos chamados Acordos de Associação, cada um deles centrado num Acordo Profundo e Compreensivo de Mercado Livre (APCML). O principal alvo do esforço era a Ucrânia. Sob o Acordo de Associação negociado com a Ucrânia, mas não assinado, a economia industrial da Ucrânia teria sido desmantelada, o comércio com a Rússia teria sido ferozmente atacado (com a Rússia a terminar o seu regime de mercado livre com a Ucrânia, para impedir que os seus mercados fossem inundados através da Ucrânia) e os jogadores dos mercados europeus teriam se agarrado às exportações agrícolas e de matérias-primas da Ucrânia. O mesmo regime de austeridade mortífera que foi imposto aos estados mediterrânicos da Europa sob a burla do resgate da Troika teria sido imposto à Ucrânia.

Mais do que isto, o Acordo de Associação exigia "convergência" em assuntos de segurança, com integração em sistemas de defesa europeus. Sob tal acordo melhorado, os acordos de tratados de longo prazo sobre o uso por parte da Marinha Russa dos cruciais portos da Crimeia no Mar Negro teriam sido terminados, dando ultimamente à OTAN uma base avançada na fronteira imediata da Rússia.

Enquanto as reportagens ocidentais promoviam as manifestações na Praça da Independência de Kiev (Maidan Nezalezhnesti, ou Euromaidan como é agora chamada) como inicialmente pacíficas, o facto é que, desde o início, os protestos incluíram assumidos neonazis de núcleo duro, hooligans futebolísticos de direita e veteranos de guerra "Afghansy" das guerras no Afeganistão, na Chechénia e na Geórgia. De acordo com o membro do parlamento ucraniano Oleh Tsaryov, 350 ucranianos regressaram ao país vindos da Síria em Janeiro de 2014, depois de lutarem ao lado dos rebeldes sírios, incluindo grupos ligados à al-Qaeda como a Frente al-Nusra e o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS).

Logo no fim-de-semana de 30 de Novembro-1 de Dezembro de 2013, os autores dos distúrbios estavam a atirar cocktails Molotov e apoderaram-se da Câmara Municipal de Kiev, declarando-a um "quartel-general revolucionário". Manifestantes do Partido Svoboda da oposição, anteriormente chamados Socialistas-Nacionalistas, marcharam sob a bandeira vermelha e negra da Organização de Nacionalistas Ucranianos de Stepan Bandera (ONU-B), os colaboradores nazis que exterminaram judeus e polacos como um adjunto da máquina de guerra nazi e em cumprimento das suas próprias ideias radicais sobre pureza étnica, durante a Segunda Guerra Mundial.

A máxima do Partido Svoboda, "Ucrânia para os ucranianos", era o grito de guerra de Bandera durante a colaboração da ONU-B com Hitler após a invasão nazi da União Soviética. Foi sob essa máxima que execuções em massa e limpezas étnicas foram cometidas pelos lutadores fascistas de Bandera. Fontes ucranianas relataram que o Partido Svoboda estava a efectuar treinos paramilitares durante o Verão de 2013 - meses antes do Presidente Yanukovych ter tomado a sua decisão de rejeitar o Acordo de Associação da UE.

O carácter neonazi, racista e anti-semita do Svoboda não desencorajou os diplomatas ocidentais - incluindo a Secretária de Estado Assistente dos EUA para os Assuntos Europeus e Euro-asiáticos Victoria Nuland - de se encontrarem publicamente com o líder do partido Oleh Tyahnybok, que tinha sido expulso do movimento Nossa Ucrânia em 2004 pelos seus discursos fortes contra "moscovitas e judeus" - usando nomes ofensivos e depreciativos para descrever ambos.

O reavivar fascista de Bandera tem vindo a decorrer à vista de todos desde a "Revolução Laranja" de 2004, quando Viktor Yushchenko foi instalado como Presidente da Ucrânia através de uma campanha de rua apoiada por interesses estrangeiros em muito financiada pela Fundação Renascença Internacional de George Soros e mais de 2,000 outras organizações não governamentais europeias e norte-americanas, depois de ter sido oficialmente declarado o derrotado numa luta presidencial renhida com Viktor Yanukovych. A 22 de Janeiro de 2010, uma das últimas acções de Yushchenko como Presidente, depois de perder a sua reeleição para Yanukovych por uma larga margem, foi nomear Stepan Bandera um Herói da Ucrânia, a qual é uma alta honra de Estado. A segunda mulher de Yushchenko, Kateryna Chumachenko, foi ela própria um membro do grupo juvenil da banderista ONU-B em Chicago, onde ela nasceu, de acordo com relatos de notícias. Nos anos 1980, Chumachenko chefiou os escritórios de Washington do Comité do Congresso Ucraniano da América (no qual a influência da ONU-B era grande na altura, de acordo com a Enciclopédia de Internet da Ucrânia) e do Comité Nacional de Nações Cativas, antes de se mudar para o Gabinete para os Direitos Humanos do Departamento de Estado. Em Janeiro de 2011, o Presidente Yanukovych anunciou que o estatuto de Herói da Ucrânia de Bandera tinha sido oficialmente revogado.

A ONU-B: Um Pouco de História

O legado da ONU-B de Bandera é crítico para entender a natureza da insurreição armada que agora decorre na Ucrânia. A Organização de Nacionalistas Ucranianos foi fundada em 1929, e dentro de quatro anos, Bandera tornou-se o seu líder. Em 1934, Bandera e outros líderes da ONU foram presos pelo assassinato de Bronislaw Pieracki, o Ministro polaco dos Assuntos Internos. Bandera foi  libertado da prisão em 1938 e imediatamente entrou em negociações com o Quartel-General da Ocupação Alemã, recebendo fundos e tratando de providenciar treino Abwehr para 800 dos seus comandos paramilitares. Por altura da invasão nazi da União Soviética em 1941, as forças de Bandera consistiam em pelo menos 7,000 lutadores, organizados em "grupos móveis" que se coordenavam com as forças alemãs. Bandera recebeu 2.5 milhões de marcos alemães para realizar operações subversivas dentro da União Soviética. Depois de ter declarado um estado ucraniano independente sob a sua direcção em 1941, Bandera foi preso e enviado para Berlim. Mas manteve as suas ligações e o seu financiamento nazis, e os seus "grupos móveis" foram abastecidos e foi-lhes dada cobertura aérea pelos alemães durante o resto da guerra.

Em 1943, a ONU-B de Bandera efectuou uma campanha de exterminação em massa de polacos e judeus, matando uns estimados 70,000 civis durante apenas o Verão desse ano. Apesar de Bandera estar ainda na altura a comandar as operações da ONU-B desde Berlim, o programa de limpeza étnica foi dirigido por Mykola Lebed, o chefe da Sluzhba Bespeki, a organização de polícia secreta da ONU-B. Em Maio de 1941, num plenário da ONU em Cracóvia, a organização emitiu um documento, "Luta e Acção da ONU Durante a Guerra", o qual declarou, em parte, "moskali, polacos, judeus são hostis para nós e devem ser exterminados nesta luta". ("Moskal" é calão ucraniano depreciativo para "moscovitas", ou russos.)

Com a derrota dos nazis e o fim da guerra na frente europeia, Bandera e muitos líderes da ONU-B acabaram em campos de pessoas deslocadas na Alemanha e na Europa Central. De acordo com Stephen Dorrill na sua conceituada história do MI6, MI6: Inside the Covert World of Her Majesty's Secret Intelligence Service, Bandera foi recrutado para trabalhar para o MI6 em Abril de 1948. A ligação para os britânicos foi arranjada por Gerhard von Mende, um antigo nazi de topo que tinha chefiado a Divisão do Cáucaso do Ministério do Reich para os Territórios Ocupados de Leste (Ostministerium). Von Mende recrutou muçulmanos do Cáucaso e da Ásia Central para lutar ao lado dos nazis durante a invasão da União Soviética. Após o final da Segunda Guerra Mundial, ele trabalhou para os britânicos através de uma companhia de fachada, a "Research Service on Eastern Europe", a qual era uma agência de recrutamento principalmente para insurgentes muçulmanos que operavam dentro da União Soviética. Von Mende foi instrumental no estabelecimento de um grande centro de operações da Irmandade Muçulmana em Munique e em Genebra.

Através de von Mende, o MI6 treinou agentes da ONU-B e largou-os dentro da União Soviética para efectuar operações de sabotagem e de assassinato entre 1949 e 1950. Um relatório do MI6 de 1954 elogiou Bandera como "um trabalhador do submundo profissional com um passado terrorista e com noções impiedosas acerca das regras do jogo".

Em Março de 1956, Bandera foi trabalhar para o equivalente alemão da CIA, a BND, então chefiada pelo Gen. Reinhardt Gehlen, o chefe dos serviços secretos militares alemães na Frente de Leste durante a Segunda Guerra Mundial. Mais uma vez, von Mende foi um dos seus patrocinadores e protectores. Em 1959, Bandera foi assassinado pelo KGB na Alemanha Ocidental.

O assassino de topo da ONU-B de Bandera, Mykola Lebed, o comandante no local da polícia secreta do grupo, chegou ainda mais longe após o final da Segunda Guerra Mundial. Lebed foi recrutado pelo Corpo de Contra-Espionagem do Exército dos EUA (CCE) em Dezembro de 1946, e por altura de 1948, estava na lista de pagamentos da CIA. Lebed recrutou aqueles agentes da ONU-B que não foram com Bandera e o MI6, e participou em vários programas de sabotagem por trás da Cortina de Ferro, incluindo a "Operação Cartel" e a "Operação Aerodinâmica". Lebed foi trazido para a cidade de Nova Iorque, onde estabeleceu uma companhia de fachada da CIA, a "Prolog Research Corporation", sob o controlo de Frank Wisner, que era o chefe da Direcção de Planos da CIA durante os anos 1950. A Prolog operou até aos anos 1990, tendo sido em muito reavivada quando Zbigniew Brzezinski era o Conselheiro de Segurança Nacional de Jimmy Carter.

Em 1985, o Departamento de Justiça dos EUA lançou uma investigação ao papel de Lebed no genocídio durante a guerra na Polónia e na Ucrânia Ocidental, mas a CIA bloqueou a investigação e esta foi eventualmente largada. Contudo, em 2010, após a publicação de milhares de páginas de registos de guerra, os Arquivos Nacionais publicaram um relatório documental, Hitler's Shadow: Nazi War Criminals, U.S. Intelligence, and the Cold War, de Richard Breitman e Norman Goda, o qual incluiu um relato detalhado da colaboração nazi durante a guerra de Bandera e de Lebed e do envolvimento destes em execuções em massa de judeus e polacos.

É este legado Bandera-Lebed, e as redes que se formaram no período pós-guerra, que estão no centro dos recentes acontecimentos na Ucrânia.

Denunciando

A 25 de Janeiro de 2014, vinte e cinco líderes ucranianos de partidos políticos e organizações cívicas e religiosas, incluindo a antiga candidata presidencial e membro do parlamento Natalia Vitrenko, enviaram uma carta aberta ao Secretário-Geral das Nações Unidas e aos líderes da UE e dos EUA, a condenar publicamente o apoio ocidental à campanha neonazi de realizar um golpe sanguinário contra um governo eleito legitimamente.

A carta aberta lia, em parte: "Vocês devem perceber que, ao apoiar as acções das guerrilhas na Ucrânia (...) vocês próprios estão directamente a proteger, a incitar e a encorajar neonazis e neofascistas ucranianos".

"Nenhum destes opositores (Yatsenyuk, Klitschko e Tyahnybok) esconde que estão a continuar a ideologia e as práticas da ONU-EIU (...) Aonde quer que as pessoas da Euromaidan vão na Ucrânia, elas disseminam, para além das máximas acima mencionadas, símbolos neonazis, racistas (...) Confirmando também a natureza neonazi da Euromaidan está o constante uso de retratos dos executores sanguinários do nosso povo, Bandera e Shukhevych - agentes da Abwehr."

A carta aberta fazia a pergunta aos líderes ocidentais: "Deixaram a ONU, a UE e os EUA de reconhecer a Carta e o Veredicto do Tribunal Internacional de Crimes de Guerra de Nuremberga, em que os nazis hitlerianos e seus ajudantes próximos foram condenados? Deixaram os direitos humanos de ser um valor para os países da UE e da comunidade internacional? É a devoção dos nacionalistas ucranianos a Hitler e aos seus assassínios em massa de civis agora considerada democracia?"

Apenas nos dias recentes, com cenas de violência em grande escala por parte de manifestantes armados a atravessar finalmente o nevoeiro da propaganda, é que os média ocidentais pegaram no carácter neonazi da desestabilização em curso. A revista Time, colocou, a 28 de Janeiro, no título da sua cobertura feita desde Kiev "Rufias de Direita Estão-se a Apoderar da Insurreição Liberal da Ucrânia", caracterizando um grupo de hooligans neonazis chamado Spilna Sprava ("Causa Comum", mas as iniciais ucranianas soletram-se "SS") como estando perto do centro dos protestos.

No dia seguinte, a 29 de Janeiro, o The Guardian colocou num título "Na Ucrânia, Fascistas, Oligarcas e Expansão Ocidental Estão no Centro da Crise", com o rematar: "A história que nos é contada acerca dos protestos que decorrem em Kiev tem uma ligação à realidade feita apenas muito por alto". O repórter do The Guardian Seumas Milne escreveu candidamente, "Você nunca saberia através da maior parte das reportagens que nacionalistas de extrema-direita e fascistas têm estado no centro dos protestos e dos ataques a edifícios governamentais. Um dos três principais partidos da oposição a chefiar a campanha é o anti-semita de direita dura Svoboda, cujo líder Oleh Tyahnybok afirma que uma 'máfia moscovita-judaica' controla a Ucrânia. O partido, agora a gerir a cidade de Lviv, liderou uma marcha iluminada por tochas de 15,000 pessoas no início deste mês em memória do líder fascista ucraniano Stepan Bandera, cujas forças lutaram ao lado dos nazis na Segunda Guerra Mundial e participaram em massacres de judeus".

A Counterpunch publicou também, a 29 de Janeiro, um artigo de Eric Draitser, "Ucrânia e o Renascimento do Fascismo", que começou com o aviso: "A violência nas ruas da Ucrânia é muito mais do que uma expressão de ira popular contra um governo. É, em vez disso, meramente o último exemplo da ascensão da mais insidiosa forma de fascismo que a Europa viu desde a queda do Terceiro Reich (...) Numa tentativa de tirar à força a Ucrânia da esfera de influência russa, a aliança EUA-UE-OTAN aliou-se, não pela primeira vez, com fascistas".

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E para quem duvidar de algo que eu anteriormente aqui disse...

29.07.12
(Se há sítios na Internet que quem não consulta, anda a perder coisas mesmo muito importantes, no topo da lista destes - e também no topo da lista dos que aqui recomendo - estão, definitivamente, os do Alex Jones... O - por vezes, demasiado energético, mas, definitivamente - mais conhecido e imensamente determinado lutador contra a NOM, que incansavelmente se dedica a esta Luta, a 110% - como ele diz - e que muitas pessoas tem acordado e muito tem alcançado no decorrer da mesma. E bem a propósito disto, aqui vão algumas coisas que têm sido expostas nos seus sítios...)

Talvez um dia eu elabore um pouco mais sobre a importância da chamada linguagem corporal. E também sobre o quão importante é, num mundo baseado na Mentira, que reparemos nesta e aprendamos a filtrar as pessoas segundo a mesma. Mas, por enquanto, fica aqui apenas a nota feita de que foi, uma vez mais, deste modo que pude, numa análise feita numa colocação anterior que aqui fiz, perceber que estava, mais uma vez, perante uma das muitas mentiras com que, constantemente, nos bombardeiam os média de massas...

Para quem tenha duvidado da - para mim, óbvia - cena fictícia, para a qual chamava a atenção numa colocação anterior, em que um conhecido proponente sírio do bombardeamento do seu país natal nos apresentava um conjunto de crianças que dizia terem sido atingidas por uma bomba, aqui vão algumas confirmações de outras mentiras do mesmo género, que foram expostas nos conhecidos órgãos de imprensa alternativa do Alex Jones que mencionava.

(Para quem já for, há um número de anos suficiente, leitor de imprensa alternativa, nada disto será surpreendente... Pois, como muitas pessoas saberão já, a propaganda, em tempo de guerra, é quase uma condição sine qua non para que se faça uma, perante uma população ocidental que possa ter alguma relutância em fazer as mesmas e que seja fácil de enganar... E exemplos disto são muitos, relativamente a guerras anteriores. Mas é apenas sobre esta que agora aqui falo.)

Supostas vítimas de um massacre a prepararem-se para uma cena que irá ser filmada:



Morto que pisca os olhos:



E, o meu vídeo favorito... Morto que ressuscita no final da filmagem da elegia:



Podem ver aqui mais vídeos que expõem mentiras deste tipo, assim como outros vídeos que os média controlados, convenientemente, não vos mostram, sobre o que os rebeldes sírios andam a fazer. E podem também constatar aqui que também a própria BBC, por exemplo, anda a mentir sobre estes massacres.
Sobre a veracidade e autoria destes, podem consultar as seguintes hiperligações: [1] [2] [3] [4].
E quem duvidar da mão da NOM por trás deste conflito e pense que os rebeldes sírios - que andam, conjuntamente com as tropas da OTAN estacionadas neste território, a cometer estes massacres - constituem uma alternativa melhor ao regime que presentemente governa o seu país, pode ler isto.

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"Oh... As crianças..."

18.03.12

A propósito de um outro vídeo, publicado noutro blogue, em que se fala de um personagem, também já referenciado nos sítios do Alex Jones, que ultimamente tem aparecido nos vários média controlados, a fazer campanha por uma intervenção ocidental na Síria e que, visivelmente, se esforça ocasionalmente para não se partir a rir enquanto o faz (vejam o vídeo de que falei, aquando dos 5m e 15s), não quis deixar de chamar aqui a atenção para um vídeo, este último, ainda mais revelador do grau de cinismo e insidiosidade a que é capaz de chegar a propaganda feita para a imprensa controlada.

(Vejam o vídeo que se segue mais do que uma vez, se quiserem, para repararem bem no que falo.)

Reparem na ausência de feridas visíveis nas crianças, no quão descontraídas estas estão, na clara ausência de medo por parte destas e na ausência de expressões faciais que revelem algum trauma ou que estejam estas em "estado de choque". Observem isto e depois reflictam seriamente sobre se esta é uma cena genuína ou não...



(Só para verem o quão cínica pode ser esta gente e o nível de mentira com que nos bombardeiam, quase todos os dias...)

E uma nota.
Eu não irei, ao contrário do que ocasionalmente fazia no passado, estar aqui neste blogue a denunciar as várias mentiras, ou propaganda embebida nas supostas notícias ("Não façam nada... Deixem-se ser destruídos...") dos média de massas, de que me vou apercebendo. (Também, cada vez menos, por ser, cada vez menos, capaz de ver telejornais, dada a quantidade dessas mesmas mentiras e propaganda e a incrível e desmesurada atenção que é dada a eventos desportivos, enquanto toda a sociedade continua em Colapso...)
Pois, se o fizesse, teria de estar aqui constantemente a fazer colocações, as quais ofuscariam os assuntos mais importantes dos quais quero aqui estar a falar e também porque, acima de tudo, não tenho mesmo paciência para, e coisas melhores que fazer do que, andar a corrigir quem se deixa enganar por órgãos de comunicação de massas, que tem a obrigação de saber estarem controlados.
Assim como não irei também estar aqui sempre a comentar o que vejo nos olhos de cada político nacional no governo, de cada vez que vejo um desses seres abjectos numa televisão.
("Quem quiser comprar a banha da cobra, que compre...")
Mas dado o grau de cinismo deste vídeo em particular, não resisti a esta partilha.

E a finalizar... Quem tiver sabido de um massacre de mulheres e crianças, que ocorreu na Síria, que foi reportado esta última semana, prontamente atribuído pela imprensa às forças do regime (que obviamente, querem-nos fazer crer, têm todo o interesse em andar a matar os seus próprios cidadãos inocentes desta maneira...) lembre-se, ou saiba: que os países da OTAN têm já tropas colocadas na Síria; que foi emitido um aviso, há semanas, de um ataque desta natureza que iria ser erradamente atribuído ao regime sírio; e que não é fenómeno raro as tropas dos países da OTAN fazerem este e outro tipo de coisas.

Mas... "Oh... Ajudem as crianças..."

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É agora ou nunca

10.01.12
Para que tenham todos verdadeira consciência do quão possível é uma guerra no futuro próximo, queria aqui deixar um acrescento à minha colocação anterior sobre este mesmo tema, consistindo esta última numa pequena série de chamadas de atenção que penso serem importantes fazer...
(A continuação do aviso que aqui deixo, para que se preparem como puderem para o que aí possa vir, é válida, não só para a presente situação no Médio Oriente, como para o futuro próximo, enquanto se mantiver a situação de tensão existente entre os EUA e a Rússia.)

Reparem em como, com o declínio que se observa já das economias ocidentais em geral, não é só a nível privado e familiar que começa a haver cada vez menos dinheiro, mas também (como saberão) a nível dos próprios Estados. E em como no dinheiro à disposição dos vários Estados está incluído, obviamente, também o dinheiro à disposição das suas várias Forças Armadas. As quais estão também já a ser alvo de cortes orçamentais. Querendo isto dizer que, daqui para a frente - e esta parte é mesmo muito importante - é também o poderio militar de todos os governos ocidentais que irá também entrar em declínio. Sendo claro que, nunca no futuro próximo ou longínquo, irão os EUA e restantes países da OTAN ser tão poderosos militarmente como são agora. O que faz com que este intervalo de tempo que estamos agora a atravessar, em que os vários países ocidentais estão ainda no seu auge, em termos de poderio militar, e têm ainda muito petróleo à sua disposição, seja a melhor oportunidade de sempre para conquistar quaisquer países que sejam. E se é dominar todo o mundo que querem, na parte que toca à intervenção militar, constitui este intervalo de tempo na nossa História simplesmente a melhor oportunidade que estes alguma vez irão ter para fazê-lo. Pois, daqui para a frente, irão as reservas energéticas à disposição dos vários países ocidentais entrar em sério declínio, enquanto os países exportadores de petróleo, como é o caso da Rússia - principal opositor dos planos de dominação mundial das elites ocidentais - irão cada vez menos exportar este precioso recurso e - com a cada vez maior quantidade relativa deste líquido que irão ter, comparativamente aos países ocidentais - irão gradual e rapidamente ganhar uma séria vantagem militar, e não só, relativamente ao Ocidente, à medida que este último - cujas fontes deste recurso são essencialmente os estados, por enquanto vassalos, do Médio Oriente - for tendo cada vez menos petróleo à sua disposição.
Por outras palavras, a quererem os nossos governos invadir ainda mais países estrangeiros, constitui este pequeno intervalo de tempo, correspondente aos anos em que ainda estamos, em termos de oferta mundial, no chamado Pico do Petróleo, a melhor oportunidade histórica para fazê-lo. Tornando-se uma aventura militar deste tipo cada vez menos provável daqui para a frente, devido aos cada vez maiores custos e dificuldades em fazê-lo, derivados da cada vez maior escassez de petróleo, essencial para qualquer esforço de guerra.
Tudo isto para dizer que, se alguma vez estivemos, ou estivermos, seriamente perto de uma guerra, possivelmente nuclear e a nível mundial ou "apenas" de mais uma guerra no Médio Oriente, esta é simplesmente a altura em que considero ser mais provável tal acontecer.
Se irá ou não haver guerra, como disse, não sei... Só os loucos que nos governam é que o saberão.
A única coisa que posso fazer é alertar-vos, mais uma vez, para que estejam, como puderem, preparados para quaisquer repercussões que possam acontecer em consequência de tudo isto e, se é um futuro que querem ter, aconselhar-vos a que pressionem os vossos governos para que deixem o Irão e restante Médio Oriente em Paz e não façam uma coisa destas.
Para complementar o que aqui disse na minha colocação anterior, sobre precauções que possam querer tomar, queria também aqui deixar um outro importante documento, emitido pelo governo português no passado recente, inserido na mesma campanha que mencionei.
E, já agora, aqui vão também alguns desenvolvimentos recentes, da situação no Médio Oriente:

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colocado por Fernando Negro às 22:59