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1/3 da gasolina

31.10.13

Há uns anos, tive a oportunidade de conhecer aquela que era a namorada de um herdeiro de um fabricante de carros do Norte da Europa.
E, no decorrer das várias conversas que ocorreram, no grupo do qual eu e ela fazíamos parte, fiquei a saber de algo muito interessante, quanto ao consumo do mais precioso recurso energético, que agora parece começar a dar claros sinais de escassez...
Fiquei a saber que, na empresa da família à qual estava esta pessoa ligada, alguém surgiu com um novo projecto de motor para carros que consumia apenas 1/3 (repito, apenas 1/3) da gasolina que era, na altura, consumida pelos carros produzidos por tal empresa.

Uma excelente ideia, para preservar recursos naturais?...
Não propriamente...
O projecto foi abafado e nunca chegou a ser implementado.
A razão para tal?
Caso fossem para a frente com tal ideia, (deduzindo eu que a ligação seja que, o resultado óbvio seria que os motores produzidos por tal empresa iriam durar mais) a consequência seria que, iriam vender menos carros. (E, deste modo, diminuir os lucros da empresa.)

Na altura, por já saber eu de um outro caso em que foi seguida a mesma lógica - de eliminar uma alternativa mais eficiente, em termos energéticos (e de dar primazia ao lucro imediato, em detrimento da preservação de recursos naturais) - não me surpreendeu ouvir tal coisa.
E, por já ter eu, na altura, entrado na minha fase pessimista, nem me interessei sequer em saber mais pormenores sobre o assunto...
No entanto, achei que tinha interesse partilhar aqui este conhecimento.
Para que todos reflictam, um pouco, sobre um dos absurdos resultantes da lógica sobre a qual assenta a economia capitalista - que sempre convidava, até agora, ao desperdício, e ao não

reaproveitamento, dos recursos que temos, para satisfazer a sede de riqueza de quem já a tem em quantidade que (pelos vistos, para tais pessoas, não) é suficiente.

Lembrem-se disto (e dos restantes absurdos, deste tipo, em que forem reparando) de cada vez que, por exemplo, forem a uma bomba de gasolina e constatarem que tal está encerrada, devido ao novo fenómeno de falta de abastecimento...

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colocado por Fernando Negro às 00:29


1 comentário

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De Fernando Negro a 05.05.2019 às 14:16

Para quem ainda possa aqui vir parar, deixo, nesta cadeia de comentários, o que tive eu ontem a dizer, sobre o presente estado do uso do hidrogénio como combustível:

(https://pplware.sapo.pt/motores/audi-tambem-reforca-compromisso-com-o-hidrogenio/#comment-2370504)

Se os problemas que existiam a meio da década passada, relativos ao uso do hidrogénio, foram aparentemente resolvidos (compressão do mesmo, para que se possam usar depósitos mais pequenos/viáveis e depósitos que não vazem muito do seu conteúdo ou que não expludam com um forte impacto) então, só mesmo por uma questão de conveniência urbana e também por falta de material para baterias é que percebo que seja o hidrogénio considerado uma opção.

Pois, estar a converter electricidade em hidrogénio, para depois converter o hidrogénio de volta em electricidade, implica um desperdício de energia – que não ocorre quando se “mantém” tal energia sob a forma de electricidade, transferindo-a para uma bateria.

E, se as células de combustível (de hidrogénio) são descritas como caras, só posso deduzir que sejam mais caras do que as (muitíssimo) mais usadas baterias eléctricas – e, como tal, que requeiram mais energia para serem produzidas.

(E, ainda que se conseguisse baixar o custo de produção das células de combustível para valores mais baixos do que as baterias eléctricas, quase certamente que o desperdício de energia causado pelo uso do hidrogénio, ao longo do tempo de vida das células de combustível, acabaria por resultar num maior desperdício de energia total, comparativamente ao uso de baterias eléctricas.)

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